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Seguradoras usam peças falsas em reparo de carros. Conheça o golpe

Após denúncias de funcionários, um novo golpe foi descoberto: seguradoras usam peças falsificadas para reparar carros de clientes

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Apesar de não haver regras específicas, alguns fatores podem ser agravantes para que a seguradora se recuse a prestar assistência ao cliente
Apesar de não haver regras específicas, alguns fatores podem ser agravantes para que a seguradora se recuse a prestar assistência ao cliente Foto: Apesar de não haver regras específicas, alguns fatores podem ser agravantes para que a seguradora se recuse a prestar assistência ao cliente

Na última terça-feira (27), uma grave denúncia veio a público: clientes e ex-funcionários de seguradoras afirmam existir um esquema em que, durante a manutenção dos carros segurados, peças falsificadas são colocadas como se fossem originais. De acordo com o Jornal da Noite, da TV Bandeirantes, casos foram relatados e investigados, confirmando a existência do golpe.

Um dos relatos é de um ex-funcionário de oficina, que contou à reportagem como funcionava o trabalho de falsificação: “Eu fazia a raspagem da peça, na esmerilhadeira ou na lixa de mão mesmo. Depois eu fazia o polimento dela e jogava um jato de tinta da mesma cor da peça (original)". Ele ainda afirma que, dentro da empresa, outros funcionários embalavam a peça e despachavam para o fornecedor.

Como descobriram o caso do golpe das seguradoras?

Além das denúncias anônimas, alguns carros foram avaliados por um perito que rapidamente identificou as anomalias nas peças. Um dos veículos que passou pelo golpe pertencia a empresária, Paloma Mateus de Sousa. A mulher descobriu que seu carro recém-adquirido havia sido batido e após análise de um perito judicial e um engenheiro automotivo, descobriu que a peça reposta era falsa.

O condensador de ar condicionado teve sua origem chinesa apagada e recebeu um novo acabamento sobre a peça, incluindo até mesmo uma nova pintura. Para os leigos, é difícil distinguir a veracidade da peça. Outro ex-funcionário da mesma empresa que denunciou o golpe afirma: “A falsificação era muito boa. A peça ficava perfeita. Quem não conhecia a peça fala que é uma peça original, uma peça genuína”.

Além da peça do carro de Paloma, outros componentes automotivos também são falsificados. Um exemplo são os radiadores, em que os adesivos de grandes distribuidores são adulterados e muitos acabam tendo o mesmo número de série.

No esquema de golpe, as seguradoras compravam as peças adulteradas por um preço bem abaixo das originais. No caso do condensador de ar-condicionado, a peça instalada no carro da empresária custou à seguradora R$ 900, enquanto o original no site da marca chegava a custar R$ 2,6 mil.

O esquema de golpe garantia o lucro para as oficinas e seguradoras, enquanto os clientes corriam riscos com peças sem procedência instaladas nos veículos. As seguradoras investigadas afirmam que seguem a lei, recomendam o uso de peças genuínas e que a acusação era falsa. Ainda segundo a empresa, a denúncia tinha como objetivo manchar a imagem da seguradora no mercado.

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