A picape S10 praticamente inaugurou o segmento de picapes médias no Brasil, quando foi lançada, em 1995. E, desde então, tem se mantido como a líder desse mercado, que vem se tornando cada vez mais disputado (tem concorrentes de peso como Toyota Hilux, Ford Ranger, Mitsubishi L200 e Nissan Frontier), gerando a cobiça até mesmo de marcas com pouca tradição em picapes desse porte, como a Volkswagen, que compete com a Amarok. E como se trata de um veículo que é usado tanto para passeio quanto para trabalho, nessa batalha vale muito a questão da potência do motor. Nesse sentido, a nova opção de motor de quatro cilindros 2.5 (com injeção direta e comando de válvulas continuamente variável) bate os principais adversários, gerando 206cv quando abastecida com etanol.
MOTOR A principal novidade da linha 2015 da S10 é mesmo o novo motor 2.5 Ecotec Flex, que gera potências de 197cv (gasolina) e de 206cv (etanol) e torques de 26,3kgfm (gasolina) e 27,3kgfm (etanol). Ele entra no lugar do 2.4 nas versões intermediária (LT) e topo de linha (LTZ). O 2.4 permanece apenas na versão de entrada (LS), nas opções com cabine simples ou dupla. Produzido nos EUA, com bloco em alumínio e camisas em ferro fundido, o novo propulsor é identificado na tampa traseira pela sigla SIDI, que significa Spark Ignition Direct Injection, ou injeção direta, que é a sua principal tecnologia. Ela possibilita trabalhar com maior eficiência volumétrica, pois o combustível (gasolina, etanol ou a mistura dos dois em qualquer proporção) é injetado diretamente na câmara de combustão.
O sistema de injeção direta também possibilitou aos engenheiros da GM eliminar o famigerado tanquinho do sistema auxiliar de partida a frio. Como explica de forma simples e resumida o diretor de Powertrain, Paulo Riedel, “aproveitamos a própria injeção com altíssima pressão e a compressão da mistura para aquecer o etanol, possibilitando partidas com até 10 graus negativos”. A modernidade do novo motor inclui também o duplo comando de válvulas continuamente variável, que, ao mudar o tempo de abertura e fechamento das válvulas, aumenta o torque e a potência conforme a necessidade do motorista, otimizando o consumo de combustível e reduzindo as emissões de poluentes.
As outras inovações do 2.5 Ecotec estão no eixo balanceador (para anular as vibrações), os pistãos em alumínio com pino flutuante, e a bomba de óleo de vazão variável com dois estágios (que têm a função de reduzir o atrito), e o controle eletrônico da válvula de arrefecimento do motor (que possibilita melhor controle da temperatura para otimizar a eficiência energética).
TRANSMISSÃO Outras novidades na linha 2015 são as opções do câmbio manual de seis velocidades nas versões LT e LTZ (trata-se de uma evolução do manual de cinco marchas, que continua equipando as opções LS com motor 2.4) e da tração 4x4 (com acionamento por meio de seletor eletrônico no console central) nas versões com o novo motor 2.5.
EVOLUÇÕES Segundo os engenheiros da GM, a nova S10 também teve as suspensões dianteira e traseira recalibradas – uma das mudanças ocorreu nas buchas, que passaram a ter maior rigidez. O objetivo foi deixar o conjunto mais rígido e a direção mais direta, gerando mais estabilidade e conforto em pisos irregulares. Infelizmente, não foi possível avaliar isso na primeira impressão, tirada em um pequeno percurso na cidade de Foz do Iguaçu (PR). Por outro lado, o nível de ruídos internos parece ter sido reduzido com o “novo pacote de isolamento acústico” adotado na picape. Outra novidade interna é a nova textura do painel e o revestimento na cor preta brilhante na moldura central do painel e nos painéis de porta.
EQUIPAMENTOS As listas continuam as mesmas, mas a versão LTZ (a topo de linha) ganhou assistente de partida em rampa, que impede que o veículo recue quando o motorista tira o pé do pedal de freio em subidas para arrancar, e assistente de descida, que controla a velocidade em ladeiras íngremes sem a necessidade de intervenção do motorista.
PREÇOS A linha 2015 também chega mais cara, pois os preços subiram em todas as versões. Confira como eles ficaram nas 14 opções, com cabine simples (CS) ou dupla (CD) e câmbios manuais de cinco (M5) ou seis velocidades (M6) ou automático de seis marchas (A6): LS 2.4 flex, CS, 4x2, M5, R$ 69.800; LS 2.4 flex, CD, 4x2, M5, R$ 78.200; LT 2.5 flex, CD, 4x2, M6, R$ 86.400; LT 2.5 flex, CD, 4x4, M6, R$ 92.400; LTZ 2.5 flex, CD, 4x2, M6, R$ 97.700; LTZ 2.5 flex, CD, 4x4, M6, R$ 103.700; LS 2.8 a diesel, CS, 4x4, M6, R$ 98.300; LS 2.8 a diesel, CD, 4x4, M6, R$ 108.300; LT 2.8 a diesel, CD, 4x2, M6, R$ 111.500; LT 2.8 a diesel, CD, 4x2, A6, R$ 115 mil; LT 2.8 a diesel, CD, 4x4, M6, R$ 121.800; LT 2.8 a diesel, CD, 4x4, A6, R$ 124.900; LTZ 2.8 a diesel, CD, 4x2, A6, R$ 131 mil; e LTZ 2.8 a diesel, CD, 4x4, A6, R$ 142.400.
(*) Jornalista viajou a convite da General Motors do Brasil.