A série M de esportivos da BMW faz muito sucesso, entre outros motivos, por oferecer alto desempenho sem as desvantagens dos chamados carros exóticos. Entre os sedãs, o mais potente é o M5, derivado da Série 5, mas com uma série de modificações, entre elas um V10 que produz 510 cv. Seria até possível fazer um veículo ainda mais bravo, mas motivos de confiabilidade e também de posicionamento de mercado, as montadoras costumam não tirar toda a potência teoricamente disponível do motor.
É aí que entram os preparadores. Os alemães da G-Power, por exemplo, dão ao seu M5 anabolizado o nome de Hurricane e afirmam que o modelo é mais potente entre os BMW aptos a rodar na rua. O V10 recebeu não um, mas dois superchargers, um para cada seção, o que eleva a potência para 730 cv. Os compressores foram desenhados especificamente para o Hurricane e, além de uma pressão modesta, de apenas 0,5 atmosfera para cada um, são menores e mais leves do que os compressores volumétricos tradicionais.
Outros benefícios do sistema incluem maior eficiência. Com ajuda de um sistema de resfriamento tanto a ar quanto a água, o funcionamento térmico é otimizado, e até 80% da energia gerada pelas correntes dos superchargers é convertida em potência. Assim como no propulsor original, trata-se de motor nervoso em que é possível elevar as rotações.
A potência máxima, por exemplo, é atingida entre 7,5 mil e 8,2 mil rotações. Já o torque, que dá força em situações normais de conduções, tem curva mais linear. A 3,8 mil rpm já produz mais do que os 53 kgfm gerados pelo propulsor original e, mesmo assim, no veículo de fábrica, esse valor só chega a 6 mil rpm. O torque máximo do Hurricane também é sensivelmente superior, chegando a 68,6 kgfm.
As alterações, obviamente, se traduzem nos números de desempenho. A aceleração até 100 km/h é feita em 4,2 segundos, meio segundo mais rápido do que o carro original. A velocidade máxima é de 340 km/h. O M5 é limitado eletronicamente a 250 km/h, apesar de ter capacidade para mais.
Também foram feitas adaptações aerodinâmicas nos sistemas de suspensão e freios. O pára-choque dianteiro, além de ser feito em fibra de carbono, tem entradas de ar maiores, tanto para ajudar a resfriar o motor quanto os freios. O desenho também integra um novo spoiler. Na parte traseira, como é de praxe neste tipo de alteração, foram incorporados um aerofólio e um difusor, na parte inferior.
Para completar o pacote, as novas rodas são aro 21, com pneus 255/30 R21 na frente e 295/25 R21 atrás. Os freios também são alterados e a suspensão ganha molas com ajuste variável. Por dentro, o já clássico acabamento em fibra de carbono é vendido como opcional.
Na Europa, o Hurricane custa 240 mil euros (cerca de R$ 621 mil), mas os M5 padrão (sedã ou perua) podem ser adaptados pela G-Power pela quantia mais modesta de 89 mil euros, algo em torno de R$ 230 mil.