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Furto - Depois da porta arrombada

Ação dos ladrões de som sempre causa danos aos automóveis. Saiba a melhor forma de reparar os estragos provocados na porta, maçaneta, capô e painel do veículo

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Dependendo do estrago, a porta empenada pelo ladrão pode ser trocada por uma nova

Segunda-feira é dia de casa cheia para João Carlos Guimarães, proprietário da oficina Prima Linea. Ao abrir o estabelecimento, começam a chegar veículos avariados com as portas arrombadas, painéis danificados, vidros quebrados e uma série de danos provocados pelos ‘amigos do alheio’. Depois que o criminoso atua, o jeito é consertar os estragos e preparar o bolso para cobrir a ação provocada pela brutalidade. O modo operante do bandido se divide em três padrões: puxar a porta por cima e forçar o centro dela com joelho, estourar a fechadura com uma ferramenta ou desligar o chicote da bateria, arrebentando a grelha no capô, também chamada de churrasqueira.

Joelho

O encarregado de oficina da Rodasa, Sebastião Barbosa, explica que a forma mais comum de arrombamento é a que o bandido dobra a porta. Ele avalia que em 60% dos casos é possível recuperar, mas quando o estrago é grande, é preciso trocá-la por uma nova. Entende-se por ‘estrago grande’ o empenamento do quadro da porta, que não permite a volta ao lugar correto sem trincar a chapa de aço. Porém, na maior parte é possível voltar a chapa para o lugar, soldá-la e, se for necessário, colocar outra chapa como reforço. O serviço, conforme explica Barbosa, deve ser feito com a porta desmontada e fora do veículo. Guimarães, da Prima Linea, ressalta que se o carro não for segurado e o proprietário tiver que arcar com a despesa de uma porta nova, uma alternativa é comprar o componente usado em algum ferro-velho. “Uma porta usada em bom estado custa 40% do valor de uma nova”, avalia Guimarães. A recuperação da porta fica entre R$ 280 e R$ 350, dependendo do modelo e do grau da avaria.

Custo de reparo depende do desenho do painel e da experiência do amigo alheio. Já a tampa de metal evita que marginais tenham acesso à bateria, para desligá-la


Maçaneta

Outra estratégia usada pelos ladrões é forçar a maçaneta com uma ferramenta para tirar a tranca e abrir a porta. Barbosa explica que, em algumas situações, é possível trocar apenas o cilindro da maçaneta, mas lembra que, quando o estrago afeta a lataria em volta da maçaneta, é preciso lanternar a área ou usar martelinho de ouro. A vantagem do martelinho em relação à lanternagem é de que não exige a pintura de toda a porta, que na Rodasa custa cerca de R$ 120. Já o serviço de martelinho com a troca da maçaneta fica em R$ 180. Porém, nos veículos que têm sistema de imobilização, o serviço fica mais caro, caso precise trocar a codificação do cilindro.

Grelha

Modelos como os Chevrolet Corsa e Celta e as três últimas gerações do VW Gol têm a bateria próxima à grelha do capô e permitem que os ladrões cortem o chicote (cabos) pelo buraco para desativar o alarme. Com a defesa desarmada, os ladrões quebram o vidro ou arrombam a maçaneta. Nesse caso, é preciso refazer a ligação do chicote e ainda reparar o estrago na porta. O chicote custa cerca de R$ 120 e a mão-de-obra para refazer a ligação fica em R$ 60. Porém, na maioria dos casos, é possível emendar o chicote sem precisar de comprar outro.

Painel

Tanto Barbosa quanto Guimarães enfatizam que quando o ladrão danifica o painel é inexperiente. Na maioria dos casos, o som é roubado e o painel não é danificado, tendo apenas que trocar o local de encaixe do equipamento de som. “Já vi caso que, para arrancar o som, o ladrão arrebentou até a caixa de ventilação”, lembra Guimarães. O custo do reparo depende do desenho do painel. Nos modelos que o componente é inteiriço, é preciso trocar toda a estrutura. Já nos painéis divididos em módulos, é possível trocar apenas a parte central.