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Freios - Você pisa, e nada...

Depois de longa descida sinuosa, com o veículo carregado, motorista aperta o pedal várias vezes e o carro não pára. Não é um defeito, mas problema momentâneo

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Não é necessário abrir o reservatório para verificar o nível do fluido

Antes de enfrentar uma estrada, é imprescindível verificar o sistema de freios, que deve funcionar de forma perfeita, para evitar acidentes. Mesmo com a manutenção em dia, o sistema pode falhar em situações extremas, como o uso prolongado em descidas fortes, com o veículo carregado, devido ao superaquecimento (fenômeno chamado de fading).

Outro conselho importante é não abrir o reservatório do fluido, para impedir entrada de umidade, que compromete a eficiência dos freios. Ele é feito de plástico transparente justamente para não ser aberto.

Pastilhas
No sistema de freio a disco (a maioria dos veículos no Brasil está equipada com ele; na traseira, é a tambor), as pastilhas têm a função de prender o disco, que acompanha o movimento da roda. São formadas basicamente por uma placa metálica, na qual se faz a moldagem de materiais de fricção à base de resina, fibras sintéticas e partículas metálicas.

Verificação - Embora emitam um chiado, quando chegam ao limite (nem sempre isso é sinal de desgaste, pois pastilhas novas costumam emitir o mesmo chiado), alertando o motorista, é aconselhável verificá-las a cada 5 mil quilômetros rodados.

Troca - O tempo de durabilidade dura cerca de 15 mil quilômetros, mas as pastilhas devem ser substituídas sempre que atingirem a espessura de 2mm. Porém, para garantir bom poder de frenagem, recomenda-se que os discos sejam retificados ou trocados se tiverem com a espessura mínima, abaixo do limite permitido (cada disco tem o seu). As pastilhas novas demoram algum tempo para assentarem completamente. Portanto, o motorista deve evitar frenagens fortes nos primeiros 300 quilômetros, procurando frear de forma mais progressiva.

Lonas
A combinação tambor/lona está presente na maioria dos eixos traseiros dos automóveis que circulam no Brasil. O conjunto é projetado levando-se em conta a relação da área de atrito entre lonas e tambor, o peso, a potência e a utilização do veículo. A lona costuma ter maior durabilidade que as pastilhas, mas seu estado deve ser verificado a cada troca de pastilha, e substituída por outra de mesmo coeficiente de atrito, pois, se ele for mais baixo, vai reduzir o poder de frenagem do veículo (o pedal fica duro), e, se for mais alto, provocará uma frenagem muito forte, gerando desequilíbrio da traseira do carro e desgaste excessivo dos tambores. Não compre uma lona apenas pelo preço. Leve em consideração a qualidade do produto e se ele tem as especificações exigidas pelo fabricante do veículo.

Abertura dispensável
Não é preciso abrir a tampa do reservatório do fluido de freio para verificar seu nível. O reservatório é transparente exatamente para evitar isso, pois, ao abrir a tampa, o fluido, por ser higroscópico, absorve umidade do ar. Essa água vai reduzir o ponto de ebulição e fazer o fluido ferver, formando bolhas que prejudicam a eficiência da frenagem. O fluido deve ser trocado anualmente (independentemente da quilometragem rodada). Cuidado ao comprar o fluido, pois tem muito produto de baixa qualidade no mercado. O motorista também deve ter atenção ao manusear o líquido, que é altamente corrosivo e pode atacar a pintura e outros componentes.

Discos
Quando for trocar as pastilhas, é preciso verificar se os discos estão empenados, se apresentam sulcos na sua superfície ou rebarbas nas suas bordas ou se a espessura está dentro do limite permitido. Existe um limite para a retífica do disco. Se for ultrapassado, há risco de quebra do componente, que pode ser fatal numa frenagem mais forte. O discos devem ser retificados sempre na mesma medida ou substituídos aos pares. Trepidações no pedal de freio podem ser sintomas de problemas no disco.

Fading
Trata-se de um fenômeno, que provoca a perda repentina de eficiência do sistema de freios, devido à alta temperatura dos materiais que se atritam: a pastilha com o disco e a lona com o tambor. Os sistemas foram projetados para que isso não ocorra, mas, dependendo de um conjunto de fatores (alta velocidade, excesso de peso e uso prolongado, em longas descidas sinuosas), o sistema de freios pode parar de funcionar repentinamente. O motorista acha que isso é um defeito, fica apavorado e leva o carro à oficina. Mas, no meio do caminho, o conjunto esfria, a eficiência volta ao normal e ele fica com cara de tacho para o mecânico. Foi mais uma confusão provocada pelo fading.

Banguela, não!
Ao pôr o câmbio em ponto morto (a chamada banguela), principalmente em descidas longas, pensando estar economizando combustível (nos veículos com injeção eletrônica, o gasto é bem menor com a marcha engatada), o motorista abre mão do freio motor, que ajuda (e muito) na redução da velocidade do veículo. Isso sobrecarrega o sistema de freios, podendo causar o fading, que provoca a perda da eficiência, devido ao superaquecimento. O motorista pode pisar no pedal e não surtir efeito algum na redução da velocidade.

Luz do freio
Se ela acender, o motorista tem que parar imediatamente o carro, pois, correrá sérios riscos de acidente, se insistir em continuar. É que, nesse caso, o nível do fluido de freio está muito baixo e vai provocar queda na pressão do circuito, fazendo com que os freios não funcionem. O carro pode bater na traseira de outro ou num poste na primeira freada. Portanto, pare imediatamente!