A Ford resolveu colocar a prova o velho ditado automotivo americano de que “não há substituto para capacidade cúbica”. E, para tal, criou para o SEMA Show um hot rod equipado com o maior motor da nova linha de propulsores EcoBoost. Trata-se de um V6 3.5 equipado com dois turbocompressores e injeção direta de combustível, capaz de gerar 405 cv de potência e 55,3 kgfm, números que deixam bem para trás os tradicionais V8 de 5 litros, comuns sob o capô de hot rods ou de antigos clássicos brasileiros como o Maverick e o Landau. O modelo será exibido no Salão que a indústria de acessórios pós-venda e veículos especiais, entre os dias 3 e 6 de novembro em Las Vegas.
O estilo caminha na direção contrária da modernidade do propulsor. A carroceria é a de um Ford 1934 “Três janelas” Coupé, modelo que fez sucesso com o seu motor V8 3.6. Não ficam de fora toques típicos dos hot rods – bielas quentes – como a ausência de tampas laterais no compartimento do motor, o que deixa o belo seis cilindros em “V” a vista. Escapamentos laterais diretos, altura de rodagem reduzida e rodas e pneus mais largos, disfarçados como equipamentos de época, garantem uma dose extra de brutalidade.
A carroceria é construída inteiramente em aço. Embora seja virtualmente igual ao modelo original, o carro é na verdade uma réplica e não uma restauração. O habitáculo, com bancos tipo concha ao estilo da época e portas de abertura “suicida”, conta com todas as amenidades modernas, como ar-condicionado e vidros elétricos. “Este Coupé hot rod 34 é um fantástico exemplo de tecnologia moderna verde sendo aplicada em uma maneira que qualquer entusiasta por performance iria amar”, garante John Waraniak, vice presidente de Tecnologia de Veículos do SEMA.
O V6 3.5 biturbo é o primeiro motor da linha EcoBoost e estreou sob o capô do Tauros SHO/Flex e dos Lincoln MKS e MKT. Mas nas versões normais o bloco rende 354 cv e 48,3 kgfm. Serão lançados no início de 2010 versões quatro cilindros 1.6, na Europa, e 2.0, no velho continente e na América do Norte. A lógica é que o propulsor 1.6 substitua sem prejuízo de desempenho motores quatro cilindros entre 2 e 2,5 litros, graças ao rendimento estimado em 182 cv e 24 kgfm, enquanto o 2.0 irá ocupar o lugar de V6 aspirados entre 2,5 e 3 litros, como no Ford Falcon australiano, que será equipado com esta opção em 2011.
De acordo com a Ford, a linha EcoBoost se vale dos turbocompressores e da injeção direta para gerar 20% de economia de combustível e 15% a menos de emissões de CO2 contra os propulsores equivalentes de maior cilindrada. Até 2013, mais de 90% dos veículos da marca nos EUA virão equipados com estes motores, que estarão disponíveis como opção em 80% dos carros globais da marca do oval azul.