Carro 1.0 tem de economizar combustível, ter desempenho comedido e custar pouco? Se você ainda pensa dessa forma, é bom rever os conceitos. De popular, a nova fornada de carros com motor 1.0 de três cilindros nada têm. No ritmo da escalada de preços de 20% em média nos últimos 12 meses, os modelos já superam a barreira dos R$ 40 mil. O Ford Fiesta EcoBoost, que chega às concessionárias na segunda quinzena de julho como 1.0 mais potente do Brasil (125cv), vai muito além: custa a partir de R$ 71.990, em única versão hatch – a nova topo de linha Titanium Plus, também disponível com motor 1.6 Sigma e casada com o criticado câmbio automatizado Powershift de dupla embreagem.
A “desculpa” dada pela Ford para o alto preço (e posicionamento, diante dos concorrentes Volkswagen up! TSI e Hyundai HB20 Turbo, na faixa dos R$ 45 mil a R$ 55 mil) é o motor, que apesar de dispor do mesmo bloco três cilindros do Ka nacional, é importado da Romênia. A tecnologia embarcada do carro, muito bem equipado, é outro argumento, que foca basicamente em clientes jovens bem-sucedidos. De série há sete airbags, incluindo laterais, de cortina e joelho para motorista, chave presencial com partida por botão, sensores de chuva e crepuscular.
Somente agora, a atual geração do Fiesta, fabricada há três anos em São Bernardo do Campo (SP), passa a contar com banco traseiro bipartido e apoio de cabeça e cinto de três pontos no assento central, equipamentos de segurança já presentes no modelo mexicano, vendido no país entre 2011 e 2013. A novidade vem acompanhada de um reposicionamento de preços das versões SE (R$ 51.990), SEL (R$ 58.790 com câmbio manual e R$ 64.990 com o Powershift) e Titanium Plus (R$ 70.690) que mantêm o motor 1.6 Sigma. O 1.5 sai de linha.
COMO ANDA? Lançada nos EUA e Europa em 2012, a família EcoBoost compreende motores que vão do 1.0 ao 3.5 – incluindo o Fusion 2.0, que responde por 85% das vendas localmente. O turbo da Ford acumula ainda premiações como o melhor motor 1.0 internacional por três anos consecutivos. No Fiesta 1.0, além da alta potência, se destaca pelo alto torque disponível (90%) em baixa rotação (a partir dos 1.500rpm) e baixo consumo: média de 12,2 km/l (cidade) e 15,3 km/l (estrada), com nota A e Selo Conpet do Inmetro.
Em breve test-drive rodoviário de cerca de 30 quilômetros no lançamento, o novo motor também se mostrou bastante silencioso (a Ford informa redução de 5% nos ruídos em relação ao 1.6 Sigma) e suave. Desempenho de sobra e que acelera mais que muito 1.6 e até 2.0 por aí.
FICHA TÉCNICA
» MOTOR – 1.0 três cilindros turbo, gasolina, de 125cv de potência a 6.000rpm e torque de 17,34kgfm entre 1.400rpm e 4.500rpm
» TRANSMISSÃO – tração dianteira, câmbio automatizado Powershift de seis marchas e dupla embreagem
» SUSPENSÃO – dianteira independente, tipo McPherson e barra estabilizadora; traseira com eixo autoestabilizante, tipo Twist Beam
» DIREÇÃO – do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica
» FREIOS – discos sólidos na dianteira e tambores na traseira, com sistema ABS e distribuição eletrônica de frenagem (EBD)
» CAPACIDADES – Tanque, 51,9 litros; capacidade do porta-malas de 281 litros; peso (kg), 1.178
» DIMENSÕES – (metros) comprimento, 3,96; largura, 1,78 altura, 1,46; distância entre-eixos, 2,48
» Desempenho – Aceleração até 100km/h em 9,6 segundos; velocidade máxima não disponível
*Jornalista viajou a convite da Ford