De Tatuí (SP) - Para entender a nova estampa do EcoSport é preciso dar um giro pelo mundo: da sede da Ford em Detroit, passando pela Coreia, Inglaterra, Índia até chegar à Bahia, ponto de distribuição do utilitário-esportivo compacto para todo o Brasil. O EcoSport inaugurou um segmento no mercado brasileiro e desde 2003 é sucesso de vendas. Despertou nos concorrentes uma obsessão por estepes na traseira, apliques de plástico e suspensão elevada, mas até então nenhum projeto nacional fez sombra ao veículo fabricado em Camaçari, na Bahia. Porém, a importação do coreano Tucson, da Hyundai, um utilitário-esportivo de porte maior, mas com preço quase semelhante aos de versões mais vendidas do EcoSport, já incomoda a Ford e a solução encontrada pelo fabricante foi promover leves alterações estéticas no modelo.
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No ano passado, o EcoSport teve 43,5 mil unidades emplacadas contra 28 mil do Tucson. Porém, se os números forem observados de perto, as contas começam a apertar. Em dezembro, o EcoSport vendeu 3.276 unidades e o Tucson 3.269, diferença de apenas sete unidades. Já na primeira quinzena deste mês, o Tucson ultrapassou o EcoSport: 1.284 contra 1.277, a mesma diferença de sete unidades. A explicação da Ford é que nesse período a linha de montagem estava se adaptando às diferenças do novo produto, além da necessidade de acabar com o estoque do antigo modelo. Contas à parte, a intensidade com que os representantes da Ford citam a concorrência, que para eles vai do chinês Chery Tiggo, passando por Fiat Palio Adventure, VW CrossFox, Citroën C3 XTR e, é claro, o Hyundai Tucson, mostra que a coroa está mesmo ameaçada.
A receita encontrada foi crescer sem modificar a estrutura. Para isso, usou-se um truque de que o EcoSport se vale muito bem, a aparência e, principalmente, o que ela proporciona. A grade dianteira mudou. Passou a ser dividida por três frisos mais estreitos, em vez de um único robusto. Outra novidade, já vista em SUVs da Land Rover, como o Freelander, é o nome do carro logo acima da grade. O detalhe e curioso é que a Land Rover pertencia à Ford até há bem pouco tempo, mas foi vendida para os indianos da Tata.
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A tentativa de ficar mais robusto inclui um novo desenho do bagageiro de teto, que de acordo com o fabricante é capaz de diminuir o ruído, pelo design aerodinâmico, e criar uma sensação de dimensão maior. Outros detalhes são um novo friso lateral, mais largo e com espaço para o nome do carro. Instrumentos do painel com novas funções, alertando o motorista que esquece a porta aberta, os faróis acessos e a data da revisão programada; além da chave em formato canivete que incrementa o Eco 2011. Isso mesmo: apesar de ser janeiro, o modelo já é 2011 e também recebeu mais um porta-objetos e um mais que necessário descansa-pé para a versão automática. Também estão disponíveis outras opções de desenhos de rodas.
Direção
Os motores são os mesmos: 1.6 de 101,2cv a gasolina e 106,6cv a álcool e o 2.0 de 140,7cv (g) e 145,5cv (a). Interessante observar, tanto no trecho off-road quanto na pista de testes da Ford, que um dos pontos fracos do EcoSport está sendo corrigido. O nível de ruídos do carro, que antes era imenso, agora é aceitável.
O supervisor de engenharia de veículos, Linus de Paoli, diz que as modificações são feitas desde 2006, com investimentos em equipamentos para detecção da origem dos barulhos, e em pesquisas com os consumidores foi constatada uma melhora de 40% na satisfação nesse quesito. Feito interessante, diante da pobre qualidade de acabamento do EcoSport, se levado em conta o preço do carro.
Preços
A versão mais barata, 1.6 XL, é vendida com preço sugerido de R$ 49,9 mil. A versão Fresstyle 1.6, que responde por 50% das vendas, custa R$ 57.190 e a mais cara, a 2.0 4WD completa, custa R$ 64.520. A história do EcoSport começou em abril de 2003. Um ano depois surgiu a versão com tração 4x4. Mais um ano se passou e recebeu o motor flex para o 1.6. No fim de 2005, foi criada a série especial FreeStyle, que se tornou uma versão. Um ano depois, a versão XLT do FreesStyle e, em janeiro de 2007, o câmbio automático para a motorização 2.0. Dez meses depois foi lançada a segunda geração para em seguida o motor 2.0 flex. O modelo da Ford conta com três anos.
Todas as versões tiveram o preço reduzido. Cheque o preço da linha 2011 e o desconto em comparação ao modelo 2010.
1.6
XL – R$ 49.900 – R$ 1.330
Freestyler – R$ 57.190 – R$ 1.490
XLT 1.6 – R$ 58.190 – R$ 2.200 (a versão completa com ABS e revestimento em couro sai por R$ 60.190)
2.0
Freestyle – R$ 59.480 – R$ 2.480
XLT – R$ 60.910 – R$ 3.060
4WD – R$ 61.880 – R$ 3.080 (a versão completa com revestimento em couro sai por R$ 64.520)