Agência Estado
O fim da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor automotivo, que ocorrerá gradualmente a partir de outubro, deve provocar uma queda na demanda por automóveis porque terá um impacto nos preços, disse Jackson Schneider, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Segundo ele, ainda não é possível prever esta queda, mas ela deve ocorrer até que o mercado retome as condições normais da economia
"Temos uma condição melhor do que o resto do mundo, mas não podemos imaginar que esta crise foi embora. Devemos administrá-la com muito cuidado", disse hoje no 2º Encontro Nacional da Siderurgia, promovido pelo Instituto Aço Brasil (IABr), novo nome do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS). Segundo ele, existe uma aposta no setor de que a queda dos juros e a retomada do crédito podem ajudar a compensar a queda, mas não completamente. Ele lembrou que o comportamento do mercado automotivo brasileiro está muito acima dos demais mercados, com exceção da China. "Outros mercados, como Estados Unidos e Europa só têm melhorado com a ajuda governamental", disse.
A visão dos empresários de siderurgia sobre o assunto do IPI é divergente. Enquanto o presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Benjamin Steinbruch, acredita que a extinção do benefício pode ser precipitada, o presidente da Usiminas, Marco Antônio Castello Branco, afirmou que a medida já cumpriu sua função. Ele elogiou a volta gradual do tributo. "A indústria hoje conta com a recuperação do crédito, do poder de compra e do restabelecimento do emprego, por isso vejo menos risco de um retrocesso", avaliou.