O primeiro filho é cercado de expectativas. Caso do Fiat Freemont, vindo da mesma planta mexicana de Toluca, o modelo é o primeiro carro compartilhado entre a Fiat e Chrysler e não passa de um Dodge Journey com receita italiana: ligeira reestilização, mais requinte e motor menor. Vendido desde 2008 em apenas 32 lojas e com porte e preço superiores aos do contemporâneo Chevrolet Captiva, o Journey não decolou. Foram apenas 1.272 unidades em 2011, praticamente o mesmo patamar que a Fiat projeta para o Freemont, entre 1 mil e 1.500 carros/mês. O nicho dos utilitários médios responde atualmente por 8% do mercado, sendo que em 2006 eram apenas 4,7%. Para justificar a pretensão, o Freemont tem preço sugerido a partir de R$ 81.900 na versão Emotion e R$ 86 mil pedidos pelo Precision, que tem sete lugares.
A marca deposita suas fichas no mais caro. O Freemont Emotion só representará 20% das vendas, mesmo trazendo ar-condicionado com duas zonas, direção hidráulica, trio elétrico, entrada e partida sem chave, rádio CD/MP3 com tela de 4,3 polegadas sensível ao toque, comandos no volante e entradas USB e auxiliar, retrovisor eletrocrômico, rodas de liga leve aro 16 com pneus 225/65, além de airbag duplo, freios ABS com EBD, controles eletrônicos de tração, estabilidade, anticapotamento e reboque. Só que o Precision adiciona, por R$ 4.100, terceira fileira, ar com três zonas, rodas aro 17, banco elétrico do motorista, sensor de estacionamento, airbags laterais dianteiros e do tipo cortina. Como opcionais, teto solar e bancos em couro. O motor é sempre o 2.4 16V a gasolina, que equipa o Journey Express nos Estados Unidos, um projeto Chrysler conjunto com Mitsubishi e Hyundai. Entrega 172cv a 6 mil rpm e 22,4 kgfm de torque a 4.500rpm e tem câmbio automático de quatro marchas, com trocas sequenciais. A tração é só dianteira. Mesmo assim, a marca o chama de SUV.
GRANDALHÃO
É como enfileirar lado a lado um siciliano e um jogador da NBA: o Freemont é enorme para a Fiat. São 4,88 metros de comprimento, de vexar um Linea de 4,56m, afora a largura de 1,87m, altura de 1,75m e 2,89m de distância entre-eixos. O cardápio é americano: tem porta-copos até para a última fileira; 20 porta-trecos, além de espelho para vigiar a prole. Falando em crianças, a versão Precision traz assento de elevação (booster) para crianças entre quatro e sete anos em meio embutido no banco, como nos Volvo – Isofix é de série em todos. O acabamento é macio ao toque nas portas e painel. Os retrovisores externos compensam a falta de visibilidade interna. É que os bancos são mais altos nas fileiras traseiras, para efeito anfiteatro – além de terem encosto reclinável. O acesso é facilitado pelo mecanismo de rebatimento dos bancos centrais. O porta-malas é de 580 litros com apenas cinco bancos ou 145 litros com sete.
IMPRESSÕES
A posição de dirigir é facilitada pelos ajustes elétricos do banco e pela direção regulável em altura e distância. O motor proporcionou desempenho adequado em velocidades de até 120km/h, dentro do caráter familiar. Mas carregado, a coisa pode mudar, já que o peso do Freemont Precision é de 1.809kg. A marca divulga aceleração aos 100km/h em 12,9segundos e velocidade máxima de 190km/h, números equivalentes aos dos rivais. A suspensão está mais firme e filtra bem as imperfeições do piso. Só os freios mantiveram o contato esponjoso e pouco progressivo.
(*) Jornalista viajou a convite da Fiat Automóveis.