MILÃO (Itália) - A montadora italiana Fiat SpA procurou reduzir as especulações antes da apresentação do seu novo plano de negócios, em 21 de abril, descrevendo como "conjectura" uma reportagem que falou de cortes de empregos e da divisão da sua unidade de automóveis.
Uma reportagem do diário italiano La Repubblica disse que o grupo industrial planejou cortar 5 mil empregos, ou cerca de 15% da força de trabalho nas linhas de montagem nas suas fábricas italianas, apesar dos planos de aumentar a produção nos próximos anos. Sem identificar as fontes, a matéria também informou que a Fiat planeja dividir sua divisão de automóveis neste ano.
Os investidores foram tão rápidos quanto os sindicatos na reação às notícias. As ações da Fiat fecharam em alta de 4,26% nesta quarta-feira na Bolsa de Valores de Milão, com performance acima da média do índice Stoxx Euro, que hoje fechou em alta de 0,1%. A Bolsa de Milão fechou em alta de 0,14% no índice FTSE/MIB. "A partir de agora e até 21 de abril, acontecerão especulações sobre o plano e isso será o principal motor por trás das ações", disse um analista em Milão.
Outro analista numa corretora disse que o corte de empregos poderá economizar ? 100 milhões por ano para a Fiat. Já em relação à divisão da unidade de automóveis, os analistas não esperam que ela aconteça em breve.
Giorgio Airaudo, um secretário regional da central sindical Fiom-Cgil, disse que os detalhes do plano exibidos na matéria eram inaceitáveis. Além de pedir segurança no emprego para os trabalhadores, ele pediu à Fiat que fabrique produtos inovadores na Itália, como carros híbridos e elétricos. Mas a Fita negou-se a prover qualquer detalhe sobre seu plano de negócios para 2010-2014 antes da apresentação no próximo mês. "Qualquer notícia (antes do anúncio) é conjectura que nasceu fora do Grupo", disse a Fiat em comunicado.
As expectativas estão crescendo antes da apresentação de 21 de abril, porque a Fiat deverá explicar como pretende usar sua parceria com a montadora norte-americana Chrysler LLC para sobreviver à recessão e à crise na indústria automotiva. Embora tenha falado frequentemente em separar sua divisão de carros, a Fiat tem dado poucos detalhes sobre isso.