De Gênova, Itália - O Bravo, lançado na Europa em 2007, é mais baixo e comprido e trocou as linhas angulosas por um desenho fluido, quase orgânico. Com 4,34 m de comprimento, o hatch é quase do tamanho do sedã Marea e segue a tendência de crescer um pouco a cada geração. A intenção de oferecer um pacote mais esportivo é clara não apenas no nome, que sugere um temperamento mais agressivo também nas linhas. O melhor exemplo é a linha de cintura ascendente, que remete a um cupê, e a grade dianteira bipartida, no melhor estilo Audi. Veja mais fotos do Bravo!
A verdade é que o conjunto agrada e o motorista tem a sensação de que realmente se trata de um carro esportivo, e não de um hatch para toda a família, mesmo que os motores não sejam assim tão potentes. Na Europa são três opções a gasolina. Todos são variações do 1.4 que será usado no Linea. A versão 16V produz 90 cv e as turbinadas 120 cv ou 150 cv. Já o diesel pode ser 1.6 de 105 cv ou 120 cv, ou 1.9 de 120 cv ou 150 cv. As versões de acabamento são: Active, Dynamic, Emotion e Sport. A combinação de motores e acabamentos resultam em 17 versões à venda no mercado europeu.
A versão avaliada foi a topo de linha, Multijet 1.9 150 cv Sport. O carro vem recheado de equipamentos tanto de conforto - ar condicionado automático individual, teto solar duplo, radio com mp3 e controle no volante, sitema Blue&Me de comunicação com telefones celulares - quanto de segurança, incluindo faróis laterais que se acendem em manobras, seis airbags, cintos de três pontos e apoio de cabeça para os cinco ocupantes, ABS e controle de tração, que são de série em todas as versões.
De maneira geral, o acabamento é de boa qualidade e a versão Sport inclui bancos e detalhes na cor vermelha, além das pinças de freio também pintadas na mesma cor, mas havia alguns detalhes que podiam ser melhorados, como a montagem das borrachas que vedam o teto solar. Todos os comandos são bem posicionados, uma tradição Fiat, diga-se de passagem, e há regulagem de distância e altura do volante. Para o motorista, o principal problema é a visibilidade traseira, realmente restrita, tanto pelas pequenas janelas laterais como pela coluna C bastante larga.
Pelo fato de a legislação não permitir, o motor 1.9 a diesel não será vendido no Brasil. Além de potência mais do que suficiente para os mais afoitos, a elasticidade do propulsor, em conjunto com o câmbio manual de seis marchas, faz com que dirigir o Bravo seja um prazer. Entre 1.500 e 3.000 rpm, o motor responde sem engasgar. Na cidade, a terceira marcha só não serve para manobras e na estrada é só colocar a sexta e esquecer, o motor está cheio mesmo em ultrapassagens. A quinta só é mesmo necessária em trechos sinuosos e de descida, para deixar o carro mais "na mão".
Mesmo em velocidades elevadas, o carro tem bom comportamento, mas a direção poderia ser um pouco mais firme e, apesar da suspensão bem calibrada (nem dura nem macia demais), os pneus 225/40 R18 fazem com que mesmo as pequenas imperfeições do asfalto, como juntas de dilatação em viadutos, sejam sentidos como se passassem pelo pé do motorista. Se prevalecer o bom senso, mesmo a versão esportiva do modelo brasileiro deverá ser equipada com pneus de perfil mais alto.
Bravo em Betim
O jornal Estado de Minas antecipou com exclusividade a produção do Fiat Bravo, no Brasil, em dezembro. Na época algumas carrocerias vindas da Itália foram montadas em Betim com peças de modelos em produção. Isso é necessário para um possível aproveitamento de peças.
Apesar de não admitir oficialmente a vinda do modelo, cada área responsável pela produção está com unidades do Bravo para que sejam feitas as adaptações necessárias à sua fabricação.
As primeiras unidades montadas em solo nacional estão em testes de refrigeração, mas a experimentação ocorre em meio a tanto sigilo que os protótipos são transportados para rodagem nas estradas em caminhões-baú, para evitar que o modelo seja fotografado. Essa estratégia é a mesma que a Volkswagen usou no desenvolvimento do novo Gol. (Marlos Ney Vidal)