Com o processo de recuperação do grupo "finalizado", "já não há razões para deixar juntas" atividades com "lógicas industriais e financeiras tão diferentes", afirmou o diretor geral da empresa, Sergio Marchionne, durante a apresentação do plano estratégico 2010-2014. "Por isso, nosso projeto é separar nossas atividades da Iveco (caminhões e ônibus), da CNH (maquinaria agrícola e para construção) e das atividades industriais da FPT, automotoras", anunciou. "O grupo será batizado de Fiat Industrial" e será cotado na Bolsa de Milão até o fim do ano, acrescentou. Essa operação será concluída seis meses após ser aprovada pelo Conselho de Administração.
As atividades automotoras que reúnem as marcas Fiat, Lancia, Alfa Romeo, Ferrari e Maserati, assim como os componentes, serão mantidas no grupo atual.
Os acionistas da Fiat receberão uma ação do novo grupo por uma ação Fiat, e a família Agnelli será a acionista de referência dos grupos, com uma participação de 30%. "Com esta estrutura, os dois grupos terão a liberdade de seguir as melhores opções estratégicas, incluindo alianças potenciais", afirmou Marchionne.
Esta operação poderá facilitar no futuro uma eventual fusão entre o ramo automotor e a Chrysler, além de favorecer outras aproximações. A Fiat possui 20% da empresa americana e deve aumentar para 35% em dois anos, antes de tomar eventualmente a maior parte do capital com o tempo.
Na Bolsa de Milão, os investidores comemoraram o anúncio. A ação da Fiat subiu cerca de 1,73% no fechamento, aos 10,6 euros, após ganhar 10% na terça-feira. O mercado interpretou na terça-feira o anúncio da nomeação como presidente do jovem John Elkann (34 anos), neto de Gianni Agnelli, como sinal de uma grande mudança na maior empresa do país.
A Fiat também apresentou objetivos ambiciosos para os próximos cinco anos, graças à sua aliança com a Chrysler.
O grupo aposta em um salto de seus lucros a um nível entre 4,8 e 5 bilhões de euros (6,4 e 6,7 bilhões de dólares), frente a um ganho que deve estar "próximo do equilíbrio" neste ano, e em um crescimento de 13,1% anual de seu volume de negócios, para alcançar os 93 bilhões de euros em 2014.
A Fiat lançará no total 34 modelos novos antes de 2014, 13 deles serão construídos pela Chrysler nos Estados Unidos e México. Também modernizará 17 modelos atuais. As marcas Lancia e Chrysler serão "totalmente integradas" e o Alfa Romeu voltará aos Estados Unidos em 2012.