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Ferrari revela a 599 GTO

A macchina é basicamente uma versão aprimorada da 599XX com 670 cv e produção limitada a apenas 599 unidades; também assista ao teste da Fiorano feito pelo Emílio

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A Ferrari revelou hoje (dia 08) um dos seus mais rápidos modelos de produção, a 599 GTO. Serão apenas 599 unidades produzidas, vendidas por um preço ainda não revelado. O carro será apresentado oficialmente na próxima quarta-feira, dia 14, em Modena. Mas a estréia ao público será no Salão chinês de Beijing, ao final de abril. Como o estilo indica, a 599 GTB é basicamente uma versão adaptada para as ruas da 599XX, um modelo de pista apresentado no Salão de Genebra em março de 2009, de quem também herdou o motor, um V12 6.0 com rendimento diminuído para 670 cv de potência (contra 700 cv da XX) a 8.250 rotações e 63,2 kgfm de torque a 6.500 giros.

Junto ao propulsor está um câmbio automatizado de seis marchas, capaz de realizar trocas em apenas 30 milissegundos. Rápido o suficiente para empurrar o cupê de zero a 100 km/h em apenas 3,35 segundos, com uma velocidade máxima de 335 km/h.

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Afora o aumento de rendimento face o motor original, com 620 cv e 61,8 kgfm, o doze cilindros ganhou um outro comportamento, com um novo virabrequim e um sistema de admissão advindo das pistas, tudo para garantir flexibilidade em todos os regimes, mas com uma predileção por giros altíssimos. Ao contrário da 599XX, a 599 GTO pode rodar nas ruas e obedece às restritas regras de emissões Euro V. Mas não é um carro nada ecológico. O consumo médio declarado é de apenas 5,7 km/h e o índice de emissões é de 411 g de CO2 por km rodado, o equivalente ao resultado de três carros médios.

Um modelo de competição

Em comparação a uma 599 GTB Fiorano (confira o teste do Emílio ao final da matéria), o superesportivo ganhou 0,35 s na aceleração e 5 km/h na máxima. Parece pouco, mas longe da frieza dos números de rendimento, a nova Ferrari mostra o que pode fazer na prática. O caráter dinâmico do carro foi o grande ponto de aprimoramento, como comprova a volta recorde de 1´24´´ em Fiorano, o circuito de testes do fabricante. Uma marca que supera em 9 décimos o recorde da Ferrari Enzo que, em números puros, ainda é mais rápida de todos os tempos.

As linhas são muito parecidas com as da 599XX, apresentada em março do ano passado



Esse nível de agilidade foi obtido graças à modificações finas nos ajustes dinâmicos. As rodas dianteiras calçam pneus mais largos para melhorar a inserção em curvas. Com 285/30 na dianteira e 315/35 na traseira, o jogo de pneus calça belas rodas aro 20, grandes o bastante para abrigar freios cerâmicos de segunda geração projetados pela compatriota Brembo. Os discos, mais leves, conseguem estancar a 599 GTO de 100 km/h a zero em apenas 32,5 metros.

A suspensão traseira foi enrijecida com uma barra de estabilidade mais grossa, o que diminuiu a saída de frente nas tomadas de curva. Com novas molas, a 599 GTO conta ainda com uma versão aprimorada do sistema MagneRide, em que o fluído metalizado dos amortecedores é manipulado magneticamente, o que pode enrijecer o amortecimento em frações de segundo.

Com motor central-dianteiro e câmbio traseiro, o esportivo oferece uma distribuição de peso perto da ideal, com 47% do total na dianteira e 53% na traseira. Somado ao incremento de potência, o cupê também ficou mais leve, com 1.495 kg, notáveis 195 kg a menos que uma Fiorano convencional, com uma relação peso/potência de apenas 2,2 kg/cv.

Refinamentos aerodinâmicos

A parte aerodinâmica responde também pela boa dirigibilidade. O nariz do carro foi reprojetado, com um spoiler frontal com uma asa inferior integrada, que cola a dianteira no chão e incrementa o fluxo de ar para o radiador de óleo. O fundo recoberto do carro foi reprojetado com uma dianteira mais baixa e difusores à frente das rodas para gerar um maior downforce. A aderência aerodinâmica responde por um "downforce" de 144 kg a 200 km/h, tudo para grudar a 599 GTO na pista.

No interior se destacam as borboletas em fibra de carbono no volante e um sistema que funciona como um engenheiro virtual, dedicado ao monitoramento do funcionamento dos carros e da performance, tudo para melhorar a forma de dirigir do candidato a piloto.

O motorista/piloto ainda conta com uma opção de desligar o controle de tração no manettino, um comando que substituiu a opção Ice, para pisos escorregadios. Com um conjunto desses, esse cupê é um sucessor digno de levar a sigla GTO (Gran Turismo Omologato), que fez sucesso nas décadas de 60 e de 80, com a 250 GTO e 288 GTO.