Um rápido olhar pelos principais salões automotivos do mundo aponta para crescente preocupação dos fabricantes em exibir veículos cada vez mais compactos. Essa categoria encontrou boa receptividade no mercado brasileiro muito mais pelo preço do que por sua racionalidade. O extremo desta tendência são os veículos subcompactos, automóveis com apenas dois lugares e motorização baixa devido principalmente a seu pouco peso e proposta urbana, como o Smart ForTwo, que será vendido no Brasil em 2009. Veja mais fotos dos compactos!
Nova onda nas cidades
Número de vagas de estacionamento permanece inalterado assim como as dimensões das vias públicas. Por isso, banheiras cedem lugar a modelos menores e práticos
O modelo mais famoso desse segmento é o Smart ForTwo, da Mercedes-Benz, que será importado oficialmente para o Brasil em 2009. Com 2,7 m de comprimento e 780 kg de peso, a versão mais potente do Smart tem motor 1.0 turbinado de 84 cv. A velocidade máxima do carrinho, que acelera até 100 km/h em 10,9 segundos, é de 145 km/h. Em circuito urbano, o ForTwo faz 16 km/l e na estrada, 25 km/l.
Onda semelhante à do Smart está no conceito Nuvu, da Nissan, que, com 3 metros de comprimento, traz dois assentos dianteiros e um traseiro escamoteável. A Volkswagen também está desenvolvendo um modelo de dois assentos inspirado nas linhas da família do conceito up!. A Toyota lançou o iQ, com 2,98 m de comprimento, que, apesar de declarar que é um veículo para quatro passageiros. O motor 1.0 do iQ desenvolve 68 cv. A emissão de 99 g de CO2/km é o ponto alto do carrinho.
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Vagas
De acordo com a BHTrans, órgão que administra o trânsito em Belo Horizonte, a capital mineira tem atualmente 14.570 vagas físicas de estacionamento rotativo em sua vias públicas, que correspondem a 66.177 vagas rotativas. O critério usado pela BHTrans para calcular o número de vagas físicas é considerar 4 metros o comprimento médio dos veículos, além de resguardar meio metro para frente e meio metro para trás destinados à manobra entre os demais veículos.
Considerando o comprimento médio dos três subcompactos citados, que é de 2,89 m, mais a distância de manobra, que acrescenta mais 1m, a capital teria um total de 18.727 vagas físicas, um aumento de 28,5%. Supondo que todos usassem veículos grandes, como uma picape S10 cabine dupla (com 5,26 m de comprimento), o utilitário Veracruz (4,84 m) ou Hummer H3 (4,74 m), com comprimento médio de 4,95 m, que cresce para 5,95 m se considerarmos a distância de manobra, o número de vagas físicas cairiam para 12.244, 16% a menos.
Tendência
Devido à falta de espaço nos grandes centros urbanos e à questão ambiental, o coordenador do curso de pós-graduação em design automotivo da Fumec, Luiz Severiano Dutra, acredita que a tendência é aumentar o apelo pelos subcompactos e até mesmo pelos triciclos fechados, mistura de carro com moto. "Várias pesquisas apontam para o uso mínimo, cerca de 2%, dos carros de cinco lugares com sua capacidade plena, o que torna esses modelos completamente inadequados e inviáveis", conta Severiano.
Para o coordenador, os monovolumes são uma tentativa de aproveitar o espaço interno dos automóveis, mantendo-se comprimento e alterando largura e a distância entre os eixos de um modelo. De acordo com Severiano, entre os modelos projetados pelos alunos do curso é recorrente a sugestão de um subcompacto. A proposta da quinta edição do Concurso de Design da Peugeot foi justamente criar um carro voltado para as grandes metrópoles. O projeto vencedor, do colombiano Carlos Arturo Torres Tovar, confirma a tendência apontada por Severiano: um triciclo com pára-brisa enorme.
Antigos
O primeiro veículo fabricado em série no Brasil foi um subcompacto: a Romi-Isetta. Com apenas 2,3 m de comprimento e 1,4 m de largura, o carrinho pesava apenas 330 kg. A velocidade máxima era de 85 km/h. A Romi-Isetta estacionava a 90° em relação ao meio-fio nos mesmos lugares em que os outros veículos estacionavam paralelos à calçada. Desempenho não era o principal apelo do modelo, que acelerava até 60km/h em mais de um minuto. Mas o carro tinha outros atributos positivos, como um diâmetro de giro de apenas 8 metros e a economia de combustível (seu tanque tinha apenas 13 litros de capacidade). O modelo não fez sucesso por várias razões, como o preço barato da gasolina na época (fim dos anos 1950), o trânsito tranqüilo e a abundância de vagas de estacionamento, mas principalmente porque o carro não tinha como receber os incentivos fiscais do governo.
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