É sexta-feira, são 19h. Milhares de carros, motocicletas e ônibus congestionam o trânsito na Avenida Amazonas, uma das principais vias da Região Oeste de Belo Horizonte e saída para a BR-381 (Rodovia Fernão Dias). Ao motorista e repórter, restam duas alternativas: encarar o trânsito pesado como tantos outros condutores de carros, motos e ônibus a uma velocidade média de 10 km/h ou tentar fugir do engarrafamento dirigindo por ruas próximas à avenida. Com um GPS Airis 430 fixado sobre o painel do carro e rota traçada em direção ao Bairro Coração Eucarístico, escolhemos a segunda opção, clicando numa lista de endereços on-line com trânsito lento, que incluía a Avenida Amazonas e a BR-381, informada pelo Easy Way. Logo, o traçado azul exibido pela tela do navegador à noite (durante o dia o traçado fica vermelho) aponta a Rua Junquilhos, Avenida Silva Logo e Via Expressa como rota de fuga e em cerca de 20 minutos chegamos ao destino. Menos tempo se continuássemos na Avenida Amazonas, apesar de numa outra sexta-feira as informações de tráfego do serviço lançado pela Airis por R$ 199 terem simplesmente sumido da tela.
Por duas semanas Veículos testou o Easy Way e concluiu que o serviço, que promete uma redução de até 18% no deslocamento em ruas das regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, é útil, mas ignorou engarrafamentos em vias de menor fluxo de veículos e errou principalmente no mapeamento do GPS do fabricante, que em muitos casos orientou a entrar na contramão e em vias inexistentes.
“As fontes de informação do Easy Way são as mais diversas e incluem companhias de trânsito como CET e BHTrans, e
rastreadores de veículos. A partir daí, dados on-line são consolidados e transmitidos via RDS Rádio Data System (RDS). Dentro do RDS, o canal de transmissão Traffic Message Channel (TMC) atualiza novas informações de tráfego a cada cinco minutos, mas o sistema depende da disponibilidade e alcance de estações de rádio para transmitir os pontos de engarrafamento. Eventos meteorológicos e o sinal, que é mais fraco que o de áudio, podem afetar o funcionamento, além do fato de engarrafamentos em ruas de pouco movimento poderem não ser relacionados”, alerta o diretor executivo da Airis, Cláudio Galante.
Talvez por isso o Easy Way não tenha operado em cidades limítrofes da Grande BH como Juatuba e Mateus Leme, a 63 quilômetros da capital.
INSTALAÇÃO Para funcionar, o Easy Way depende de uma antena presa por duas ventosas ao para-brisa e um dispositivo conectado ao GPS e bateria do carro, o que expõe fios sobre o painel do veículo. Aparência que, para Galante, está com os dias contados. “Temos praticamente pronta uma nova geração do Easy Way na qual o dispositivo, uma caixa que contém os dados do TMC, fica dentro do navegador. Mas preferimos lançar o serviço desta forma para oferecê-lo a quem já tem navegador. Mesmo assim acredito que, num futuro próximo, ambos os produtos existirão em harmonia”, defende o diretor da Airis.
Outra novidade na próxima onda de dados do TMC revelada por Galante será o relatório de tráfego, que vai atualizar as condições de tráfego automaticamente. “Hoje o GPS informa que uma rota pode ser concluída em 30 minutos independentemente do trânsito, calculando o tempo a partir da velocidade média de cada via. Na próxima onda, o navegador vai trabalhar em conjunto com o TMC para atualizar os dados de forma automática”, revela. A atualização do Easy Way é anual e custa R$ 129.