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Do Dakar para Londres - Jipão Wildcat passa por alterações

Antes produzido pela Bowler, o modelo com chassi tubular e motor V8 foi modificado pela nova fabricante Qt Services

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Não se engane. A despeito da inconfundível parte frontal do Land Rover Defender, o Wildcat é feroz como o nome (gato selvagem) faz supor. Antes produzido pela britânica Bowler, o modelo agora é feito pela compatriota Qt Service, que investe na ideia de se fazer um jipe de rali para as ruas desde 2007 - a Bowler agora produz o Nemesis, que segue a mesma linha, mas com estilo baseado no Range Rover Sport. O espírito britânico de diversão sobre rodas está vivo na construção tubular e na carroceria em fibra de vidro. Com espaço para apenas duas pessoas, o Wildcat é impulsionado por um tradicional V8 4.0 de origem Rover instalado em posição central-dianteira, um oito cilindros capaz de entregar 273 cv de potência e estimados 41,4 kgfm de torque.

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Pode não parecer tanto diante do porte avantajado do jipe, mas graças ao baixo peso e ao novo câmbio manual de cinco marchas com relações curtas, o Wildcat sai da inércia e cruza os 96 km/h (0-60 mph) em apenas 5,8 segundos. A tração é nas quatro rodas com diferenciais reforçados. A robustez é incrementada pela construção: ao chassi de tubos de aço soldados foi integrada a gaiola de proteção, um conjunto extremamente rígido recoberto por uma casca de fibra de vidro. Para aguentar abusos no off-road, a suspensão é a mesma do Defender, mas com longo curso, de 30 cm. Da mesma forma, os freios também são superdimensionados, com grandes discos ventilados nas quatro rodas. As rodas são aro 16 com pneus lameiros na medida 235/85. A agilidade também deve ser beneficiada pela direção mais direta e macia, no que ajuda o amortecedor de direção.

Pronto para qualquer parada

A despeito de suas credenciais esportivas, o que chama mais atenção mesmo no Wildcat é o seu estilo. O utilitário parece ter saído do Paris-Dakar. Como é comum nos jipes com chassis tubulares e carroceria de fibra de vidro criados para raids, o Wildcat possui uma frente convencional, uma cópia autorizada do Land Rover Defender. Mas a partir dos para-lamas dianteiros, tudo muda. O teto ligeiramente encurvado e as linhas da carroceria entregam que debaixo dos painéis não há espaço para passageiros. O painel de instrumentos é mínimo, composto por um dupla de velocímetro e conta-giros fixo sobre a barra de direção.

Não que os dois passageiros frontais sejam penalizados, embora fiquem bem presos em bancos do tipo concha feitos sob medida, com cintos de quatro pontos. De acordo com a marca, o carro pode ser equipado com ar-condicionado, viva-voz Bluetooth, doca para iPod e sistema de som de alta definição. O chefe da Qt Services, Dave Marsh, nega que a sua esposa quisesse um modificado para as compras, mas não nega que o carro permite uma certa dose de modificações "O primeiro 300 STR de produção foi encomendado com um compartimento traseiro para os tacos de golfe do dono. Adoraríamos estar lá quando ele aparecesse no clube e estacionasse perto de Aston Martins e Mercedes. É definitivamente um carro que dobraria pescoços", garante Marsh.

Ferocidade máxima

Mas se o negócio do dono é criar o Wildcat no seu habitat natural, a Qt Services dispõe de duas versões menos civilizadas. A 400 NSR tem maior aptidão para as competições e pode vir equipada com outro V8 4.6 ou com o TDV6 3.0, um seis cilindros a diesel com dois turbocompressores de origem Jaguar, com 248 cv, que podem trabalhar associados a um câmbio sequencial de seis marchas - opcional. O jipe ganha ainda transmissão com diferenciais de deslizamento limitado.

A carroceria de fibra de vidro veste um chassi tubular com gaiola de proteção integrada



Mas o espírito competidor está mesmo presente na versão 500 DKR, um dos prediletos das equipes privadas que disputam os grandes raids. O modelo já chegou em 12º no Dakar e conquistou os três primeiros lugares no pódio do Rali dos Faraós. Entre as modificações, o Wildcat 500 DKR tem novos pontos de montagem da suspensão, que foi enrobustecida, além de direção mais leve. Uma alteração que não visa tornar o carro mais amigável no cotidiano e sim facilitar a vida do exigido piloto em trechos de centenas de quilômetros.