Comemora-se, hoje, o Dia Nacional do Trânsito no Brasil. A iniciativa foi pensada pelo governo como uma forma de promover maior conscientização sobre o assunto, sendo uma boa oportunidade para a divulgação e o reforço de práticas importantes que devem ser adotadas em prol de um trânsito seguro. O dia escolhido foi este, pois, nessa mesma data, em 1997, foi criado o Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Respeitar a distância de segurança, não usar o celular ao volante, não trafegar acima do limite de velocidade estabelecido nas vias, não beber e dirigir e por aí vai... A verdade é que, para qualquer motorista minimamente lúcido, a maioria dessas práticas viárias não são uma novidade.
Apesar disso, a realidade e os números revelam que a população não leva a questão tão a sério assim. Segundo estimativas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), são 45 mil mortos anuais em acidentes veiculares. Infelizmente, o Brasil está em terceiro lugar na lista das nações com maiores índices de óbitos no trânsito.
Para piorar, as condições do nosso país também dificultam – e muito – a vida dos motoristas. Segundo uma pesquisa realizada no início do ano pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em parceria com o site britânico Compare The Market, o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking dos países com o pior trânsito do mundo, perdendo apenas para a Rússia.
No Dia Nacional do Trânsito, não há nada o que se comemorar por aqui então. Muito pelo contrário: a data deve, ainda mais, servir como um convite à reflexão – tanto para os condutores, que precisam prezar por mais responsabilidade ao volante, quanto para as autoridades, que devem trabalhar e propor políticas para reverter este cenário.
Quais são os fatores que fazem do Brasil um dos países com piores trânsito do mundo?
O ranking das nações com piores trânsito leva quatro fatores em consideração: o custo de manutenção do carro em relação à renda da população (incluindo os combustíveis), a quantidade de congestionamentos, a qualidade das rodovias e o índice de mortalidade no trânsito.
De acordo com a pesquisa da OCDE, o nível de congestionamento no Brasil é de 28%; o índice de qualidade das estradas, de 3,1; e o índice de mortalidade, de 16,0.
Outro ponto que chama a atenção é o custo de manutenção de um automóvel. Sobre isso, o estudo apontou que ele equivale a 26% da renda do proprietário. O valor, certamente, é muito alto para o orçamento da maioria das famílias brasileiras. Logo, a despesa acaba não entrando como prioridade na planilha. Com menos manutenção, os veículos ficam, então, mais suscetíveis a se envolverem em acidentes.
Confira o ranking completo abaixo:
Posição País Custo manutenção em relação à renda Nível de congestionamento Índice de qualidade das estradas Índice de mortalidade 1º Rússia 18% 37% 2,9 12,0 2º Brasil 26% 28% 3,1 16,0 3º México 35% 36% 4,4 12,7 4º África do Sul 41% 19% 4,4 22,2 5º Irlanda 28% 31% 4,6 3,1 6º Grécia 28% 28% 4,5 8,3 7º Hungria 22% 27% 4,1 7,7 8º Polônia 21% 28% 4,1 9,3 9º Chile 30% 31% 5,2 14,9 10º República Tcheca 24% 19% 4,0 5,9
Na frente do Brasil, está apenas a Rússia, que tem os piores índices de qualidade das rodovias e de congestionamento entre todos os países do ranking. Porém, ela tem menor índice de mortalidade no trânsito que o Brasil.
Dinamarca e Estados Unidos têm os melhores trânsitos
Na outra ponta, a Dinamarca é o melhor país do mundo para dirigir. O país tem um dos menores índices de mortalidade no trânsito do planeta: apenas 3,7 a cada 100 mil pessoas. Além disso, ostenta estradas de alta qualidade (5,5) e baixo nível de congestionamentos (18%).
Depois da Dinamarca, em segundo lugar estão os Estados Unidos, que apesar de alto índice de mortalidade, tem baixo nível de congestionamento. Confira a lista completa:
Posição País Custo manutenção em relação à renda Nível de congestionamento Índice de qualidade das estradas Índice de mortalidade 1º Dinamarca 30% 18% 5,5 3,7 2º Estados Unidos 13% 14% 5,7 12,6 3º Holanda 20% 18% 6,1 3,9 4º Portugal 23% 17% 6,0 8,2 5º França 21% 21% 6,0 5,1 6º Finlândia 22% 15% 5,4 3,8 7º Canadá 20% 17% 5,4 5,3 8º Suécia 23% 18% 5,5 3,1 9º Alemanha 20% 21% 5,5 3,7 10º Austrália 18% 20% 4,8 4,9
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