O motor do seu Chevrolet é o 1.4 Econoflex? Fique atento, vários proprietários de veículos que usam esse propulsor, como o Corsa e o Prisma, têm reclamado de defeitos no corpo de borboleta. Essa peça serve para regular a quantidade de ar que entra no sistema de admissão dos motores a explosão. Quem chamou a atenção para o problema foi o leitor Alexandre Moreno, que comprou um Corsa hatch em dezembro de 2007. Ele conta que o veículo vinha apresentando dificuldade em ligar pela manhã, falhas, trancos, consumo elevado de combustível, estouros na admissão, e aos 12 mil quilômetros o veículo subitamente parou no meio da rua.
O carro foi levado a uma oficina particular, onde foi constatado que o corpo de borboleta havia estragado. Alexandre pesquisou na internet e se deparou com várias reclamações de outros proprietários do modelo se queixando do mesmo problema. "Tenho certeza de que a GM tem conhecimento desse problema. O mecânico de uma autorizada da marca me confirmou que existia até uma orientação técnica para fazer gambiarra para tentar solucionar o defeito", conta o proprietário, afirmando que recentemente um funcionário de outra concessionária Chevrolet disse a ele que esse componente foi reprojetado para não estragar com facilidade.
Na praça
Como não poderia deixar de ser, o problema chegou à praça e os taxistas que usam o Corsa Sedan 1.4 Econoflex não poupam reclamações sobre o assunto. O taxista José Carlos dos Reis passou por esse problema duas vezes no período de um ano. Ele conta que na primeira vez precisou trocar toda a peça. “O veículo estava em garantia, mas a concessionária pediu 15 dias para fazer o serviço. Como eu dependo do carro para trabalhar, resolvi dispensar a garantia e paguei do meu bolso. O serviço custou cerca de R$ 500”, explica o taxista.
José Carlos conversou com os colegas e descobriu que vários deles tiveram o mesmo problema e que, para não ter que trocar a peça completa, o melhor seria substituir apenas o sensor do corpo de borboleta logo que o veículo começasse a apresentar as falhas. Foi o que o taxista fez quando os sintomas tradicionais voltaram, mas com a "vantagem" de ter gastado apenas R$ 50. "Esse problema é coisa séria. Por causa dele o motorista que dirige o meu carro à noite ficou parado no meio de um cruzamento", disse José Carlos.
Pior foi com o taxista Raimundo Eulálio Andrade, que já trocou três vezes o corpo de borboleta de seu Corsa Sedan 1.4 2008. Em cada troca, ele gastou cerca de R$ 480. Para o taxista também foi um alívio saber que era melhor trocar o tal sensor. Logo que o veículo começou a falhar e demorar a ligar Raimundo não pensou duas vezes e trocou o sensor, gastando R$ 70. Perto dos dois colegas de profissão, Erineu Alves Braga não tem do que reclamar. Como já sabia do macete, logo que o seu Corsa Sedan 1.4 2008 começou a perder potência, não responder às acelerações e engasgar (com 37 mil quilômetros) trocou o sensor do corpo de borboleta numa oficina particular por cerca de R$ 100.
Na rede
A internet também está repleta de queixas semelhantes. No fórum do site Corsa Clube, um participante resume o cenário sobre este assunto na rede: "Pesquisei bastante no Google, em outros fóruns e em outros tópicos sobre este meu problema e, para minha surpresa, vááááários casos com o mesmo problema, sempre no motor 1.4 EconoFlex !!! Diagnóstico: sensor de posição de borboleta, ou sensor de aceleração, ou TPS".
Em casa
Veículos entrou em contato com as oficinas de algumas autorizadas GM em Belo Horizonte. Por telefone, explicamos os sintomas comuns de todos os casos que ouvimos. O atendente da Orca confirmou que o problema tem ocorrido com frequência no motor 1.4 Econoflex. Na Grande Minas, o atendente nem esperou terminarmos de falar. Descrevemos os problemas e falamos que o veículo em questão era um Corsa. Ele logo perguntou: "É o motor 1.4"?
1.8
Mas, segundo o taxista José Carlos, o mesmo problema tem ocorrido com o motor 1.8 da GM, que também é usado em modelos da Fiat, como a família Palio, o Punto e o Idea. De acordo com informações obtidas na concessionária Jorlan, o sensor problemático do motor 1.4 é o mesmo usado no motor 1.8. Vários sites de admiradores do Punto também relatam vários casos semelhantes.
Em um fórum do Punto Clube, um sócio se manifesta: "Xiiii, conheço essa história e é a mesma coleção de sintomas que o ex-Corsa 1.4 apresentou, até que trocaram todo o conjunto de sensores da aceleração mas, mesmo assim, em rotação constante (3.400rpm) engasgava. Por isso, decidi ser feliz, dar um pé nele e pegar um Punto ELX 1.4, por querer fugir do motor GM, como já comentei antes".
Resposta
O caso foi relatado à General Motors que se limitou a responder: "Há relatos de alguns casos isolados referentes à dificuldade de partida. No entanto, tais inconvenientes são de fácil correção, bastando que o cliente encaminhe o veículo a uma concessionária GM para avaliação e reparo, quando necessário".