O Departamento de Justiça dos Estados Unidos promoveu uma investigação conjunta com a Comissão de Valores Mobiliários do país para averiguar se a Daimler-Benz e três de suas subsidiárias haviam pago dezenas de milhões de dólares em subornos. Os valores depositados em contas de paraísos fiscais, foram pagos para assegurar contratos de fornecimento que beneficiassem os veículos do grupo.
De acordo com a documentação do processo, os subornos foram feitos entre 1998 e 2008 em pelo menos 22 países, em uma lista que inclui a China, a Rússia e, até mesmo, o Iraque, no antigo programa "Petróleo por comida" (Food for Oil). O programa, iniciado em 1996 e extinto em 2003, permitiu a nação do Oriente Médio trocar petróleo por bens necessários. Dos US$ 2 bilhões (cerca de R$ 3,5 bilhões) em óleo que o Iraque poderia vender a cada semestre, pelo menos 2/3 deveriam ser gastos em bens humanitários, o resto foi utilizado até mesmo para a compra de veículos.
O fabricante, que controla a marca Mercedes-Benz, entrou em acordo e decidiu pagar US$ 93,6 milhões ao Departamento de Justiça e US$ 91,4 milhões para resolver o processo com a Comissão do mercado de ações. Os casos ainda irão gerar desdobramentos em outras subsidiárias, como na Alemanha e Rússia, que vão se declarar culpadas de corrupção e conspiração.