Quando o consumidor ainda desconhece um novo lançamento, o Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi Brasil) já bateu a dianteira e a traseira do veículo. As batidas fazem parte do teste de impacto e reparabilidade – chamado de CarGroup – que classifica os modelos de acordo com o custo do conserto dos estragos provocados. O índice vai de 10 a 60 e quanto menor, mais barato é o custo de manutenção. O índice é usado pelas seguradoras para estabelecer o valor do seguro, junto com uma série de outros fatores, como o perfil do condutor e a cobiça dos ladrões pelo modelo. Dos 53 veículos testados os que atingiram a maior nota foram modelos da Volkswagen: Polo, Fox e SpaceFox. Já os mais caros são o Fiat Marea e o Citroën Berlingo.

O diretor de Operações do Cesvi Brasil, José Aurelio Ramalho, explica que as montadoras enviam os carros antes do lançamento para avaliação. O veículo trafega a 15km/h e é projetado contra uma barreira fixa de 32 toneladas, acertando o lado esquerdo. Depois o veículo fica parado e é atingido do lado direito da traseira por uma barreira móvel. Com o carro estragado, os técnicos do Cesvi entram em ação e avaliam o que precisa ser consertado e fazem o reparo, registrando as horas gastas com mão-de-obra. Ramalho explica que o cálculo do índice de reparabilidade leva em conta uma média ponderada, que é o preço das peças mais danificadas em acidentes.

Ramalho ressalta que além das seguradoras, o consumidor pode recorrer aos índices quando está indeciso entre dois carros que têm a mesma faixa de preço e procura o mais barato. Informações no site: http://www.cesvibrasil.com.br/proprietarios/cargroup.shtm. As montadoras também usam as informações dos testes de impacto. Ramalho conta que em várias oportunidades os fabricantes modificam itens que aumentam o índice. “Quando o Ford Focus foi lançado, teve um custo de reparo mais alto, pois o farol de policarbonato ao ser atingido, transferia a energia para o suporte, que quebra e tinha de ser trocado. A Ford percebeu a falha e desenvolveu um kit de reparo para o farol, que vendia separadamente só o suporte, diminuindo o custo”, lembra. Os índices se mantêm secretos até o carro ser lançado, mas, depois do lançamento se tornam públicos. Apesar de fazer um teste de impacto, Ramalho enfatiza que não se avalia a segurança do veículo.

COMPARATIVO

Fonte: Cesvi Brasil