De Niterói (RJ) - Apesar de demonstrar que anda satisfeita com os números de vendas do SUV compacto Captur, mesmo ele tendo canibalizado o irmão mais feio Duster, a Renault deixa claro que quer mais. A ideia é mais que dobrar o número de unidades vendidas por mês, que atualmente gira em torno de 1.500. E para isso a montadora disponibiliza a partir deste mês no mercado o modelo com um conjunto mecânico composto pelo motor 1.6 SCe e o câmbio continuamente variável (CVT) X-Tronic. Trata-se de um casamento que pode não parecer o mais conveniente, mas foi a forma de compensar a versão 2.0 equipada com o ultrapassado câmbio automático com apenas quatro marchas.
O Renault Captur chegou ao mercado há pouco tempo e sempre teve como apelo principal o visual moderno, bem diferente do simplório Duster, do qual acabou roubando alguns pretensos compradores. O SUV compacto agrada pelo estilo e espaço interno, mas tem em seu currículo uma mancha causada pelo arcaico câmbio automático de quatro marchas, que equipa a versão topo de linha 2.0. Os executivos da marca francesa reconhecem que não se trata da melhor opção, mas afirmam que quem comprou o Captur com esse conjunto mecânico anda satisfeito com o carro. Quem já teve a oportunidade de andar no SUV com essa dupla certamente deve admitir que falta empolgação no desempenho.
Para amenizar o problema, o Captur passar a ser equipado com o motor 1.6 SCe flex de 120cv com etanol e o câmbio CVT X-Tronic que simula seis marchas. A nova transmissão foi herdada da Nissan e além de ser compacta e mais leve, é mais eficiente. De acordo com a engenharia da Renault, essa dupla deixou o Captur 3,5% mais econômico na estrada, mas 3% mais beberrão na cidade. Com a redução de atrito proporcionada pela ausência de contato direto com o reservatório de óleo, o câmbio CVT garante um rodar macio, sem trancos e com bom aproveitamento da força do motor.
RODANDO Dirigindo o Captur a beira mar em Niterói não foi possível fazer uma avaliação mais rigorosa, já que o conjunto mecânico não foi muito exigido. Resta saber como será o comportamento em cidades de relevo irregular. Mas foi possível perceber que quando se faz a opção pelas trocas de marchas manuais, realmente, as mudanças são suaves. O detalhe é que quando o giro sobe o motor grita muito e as reações à aceleração não são tão imediatas. Na prática, o motor 1.6 com o câmbio CVT não são suficientes para proporcionar um desempenho empolgante, mas podem ser eficientes no dia a dia de quem não tem grandes expectativas com a performance do carro.
CONTEÚDO O Renault Captur 1.6 SCe CVT X-Tronic tem de série quatro airbags, sistema Isofix de fixação de cadeirinhas infantis, controlador de velocidade e rodas de liga leve de 17 polegadas. A versão Zen tem preço sugerido de R$ 84.900, enquanto a Intense, que agrega ar-condicionado automático e Media Nav, custa R$ 88.400. Preços salgados, mas se comparados com os da concorrência podem ser mais interessantes por causa do pacote de equipamentos de série.
(*) Jornalista viajou a convite da Renault