João Montsserrat
Quando comprou um VW Gol, ano 1999, a assistente de recursos humanos Rita de Cássia Viana Oliveira não imaginava os problemas que o veículo iria lhe causar para ser assegurado. Em uma segunda vistoria exigida pela Azul Seguros - realizada em uma oficina da Porto Seguro, da qual a primeira faz parte - para renovação do serviço contratado, por ter mais de cinco anos de fabricação, constatou-se que a numeração do motor não correspondia à cadastrada no Detran e que o carro havia sido leiloado em 2002, com perda parcial.
No entanto, quando fez a transferência de documentos no Detran e na primeira avaliação da empresa responsável por possíveis garantias do veículo, em oficina credenciada, esses impedimentos não foram identificados. "No início do ano passado, foi feita a vistoria e a Azul aceitou fazer a cobertura. Fiquei com o seguro durante um ano sem problema", conta. Agora, com o contrato vencido, Rita não consegue auxílio para solucionar o caso. "Tanto a seguradora quanto a corretora não sabem me dizer o que tenho que fazer e não demonstram interesse em ajudar", queixa-se.
Prêmio
Segundo Gilmar Pires, gerente do departamento comercial da Azul Seguros, a proposta de renovação foi aceita e informada a Rita de Cássia pelo seu corretor de seguros no mesmo dia da realização da vistoria, que avisou ainda que ela deveria pagar o prêmio para tal. "Não houve recusa da renovação do seguro do veículo. Porém, até o momento, não registramos o pagamento do prêmio pela segurada, o que deve ser feito, sob pena de devolução da proposta", afirma.
Porém, de acordo com Rita, o prêmio - pagamento do seguro - não foi quitado porque o carro não está tecnicamente assegurado até sair o laudo da vistoria e, portanto, sem garantias de que será realmente renovado. "No comprovante de realização de vistoria prévia, veio uma observação com restrição, que o veículo teve o motor trocado e que está tecnicamente sem cobertura. O corretor falou que eu deveria esperar pelo laudo e que não poderia garantir que o carro estava segurado. Não vou pagar até que tenha garantia da renovação do seguro", defende Rita.
Laudo
Robson Lima Góes, chefe da divisão de registro de veículos do Detran/MG, consultado sobre a situação do automóvel, informou que a última vistoria realizada no órgão de trânsito, em agosto de 2006, não apontou nenhuma irregularidade e que o laudo técnico com o tipo de informação repassada a Rita pela seguradora só poderia ter sido feita com uma vistoria técnica realizada no Detran. "O laudo técnico é emitido após vistoria no Detran", afirma Góes.
Cobertura - Nem tão seguro
Vistoria pega veículo leiloado com perda parcial e há divergência de dados no Detran. Órgão de trânsito alega que só laudo técnico poderia comprovar informações