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Cidadania - Folgados em ação

Série lista situações de trânsito perigosas para motoristas e pedestres e, mais que sugerir soluções, reflete e propõe enxergar esse cenário sob a ótica da coletividade

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Entradas de garagens são bloqueadas por "desatentos" condutores

As regras de trânsito são ignoradas a cada esquina. Basta sair pela cidade e constatar que os folgados estão à solta, violando leis e colocando vidas em risco, além de causar transtornos. Por isso é importante fazer uma reflexão sobre o assunto, tentando tornar a convivência entre motoristas e pedestres mais saudável e tranquila. A série Trânsito civilizado aborda o assunto, mostrando que, quando o trânsito é encarado como um espaço coletivo (e não individual), é possível criar um ambiente menos hostil. Colaborou para a série o consultor em transporte e trânsito Osias Baptista Neto, diretor-presidente da BHTrans.

Logo depois de conversar com o consultor, a reportagem se deparou com três situações no trânsito que comprovam a importância de debater o assunto. Passaram três automóveis, em não mais que cinco segundos, e em todos uma infração: no primeiro, a condutora retocava a maquiagem no espelho do para-sol, enquanto trafegava pela faixa da esquerda; no veículo seguinte, a motorista segurava um cigarro com a mão esquerda, restando apenas a direita para manusear o volante e a alavanca de câmbio; no terceiro, a condutora conversava sem preocupação em seu indefectível celular. O último absurdo visto nesse piscar de olhos foi um carro estacionado em fila dupla, que causava uma enorme retenção de veículos na faixa da direita.

De acordo com Osias, existem três tamanhos de cidade. As pequenas, onde todos se conhecem e, por esse motivo, se respeitam. No outro extremo estão as cidades enormes, como São Paulo, onde poucos se conhecem, mas todos sabem que, se acontecer algum problema, o trânsito vira um caos e, por isso, tendem a respeitar as normas de trânsito. E, por último, existe o meio termo entre essas cidades, caso de Belo Horizonte, onde os motoristas se comportam com individualidade (e egoísmo). Proporcionalmente ao tamanho, o trânsito tende a ser pior e mais violento nesse último tipo de cidade, porque as individualidades dos motoristas entram em conflito o tempo todo.

Estacionamento

O tema desta edição da série é estacionamento proibido, em todas as suas modalidades.

Parar x estacionar

Sem se preocupar, cidadão para em fila dupla e causa transtorno

Sem essa de esperteza. Parar é imobilizar o veículo com a finalidade e tempo estritamente necessário para efetuar o embarque e desembarque de passageiros. Estacionar é imobilizar o veículo por tempo superior ao de parada. E não importa se o motorista permanece ou não dentro do veículo.

Porta de garagem

Estacionar em frente a garagem é impedir o princípio sagrado de ir e vir, garantido na Constituição. É coisa de folgado, de gente que não pensa que vive em sociedade. Mesmo uma pequena parte do seu veículo pode impedir que alguém saia de casa, causando transtorno e irritação. Lembre-se: assim como o seu, o tempo dos outros é precioso e calculado no limite.

Na calçada

É óbvio que, se alguém estacionar na calçada, o pedestre terá que desviar do veículo, passando pela rua. Se você pensa que para o pedestre é fácil desviar do carro, mesmo sendo perigoso passar pela rua, para um cadeirante ou um deficiente visual a situação é bem mais complicada. É permitido estacionar na calçada em frente aos estabelecimentos comerciais que têm afastamento frontal, desde que o veículo não invada a área da calçada.

Rampas

Infelizmente, não é regra as cidades serem totalmente adaptadas para os portadores de necessidades especiais, mas preste muita atenção às rampas de acesso para cadeirantes. Se este caminho estiver bloqueado por um veículo, o cadeirante terá que se deslocar pela rua até a próxima esquina, em busca de outra rampa.

Fila dupla

Muito comum próximo às escolas, o estacionamento em fila dupla é grave porque paralisa uma das pistas e causa engarrafamentos. É atitude de quem acha que pode mais do que os outros e avacalha a cidade.

Vagas especiais

Muitos ainda desrespeitam as vagas destinadas aos portadores de necessidades especiais, tanto em vias públicas quanto em estacionamentos privados. E até o fim de 2009 será obrigatório reservar vagas também para os idosos.

Ponto de ônibus

A vida de usuário de transporte coletivo já não é fácil. Quando algum carro para na frente de um ponto de ônibus, o motorista é obrigado a parar na faixa de tráfego, interrompendo o fluxo de veículos dessa pista. Prejuízo também para quem entra e sai do ônibus, porque é obrigado a acessar a rua, correndo risco de atropelamento.

Esquina

Parece que poucos sabem, mas é proibido estacionar o veículo a menos de cinco metros da esquina. Essa distância é importante para o pedestre poder atravessar a rua (mesmo se o local não tiver faixa) sem encontrar obstáculos e ter mais visibilidade. O respeito a esse espaço também ajuda o motorista do veículo que vem na rua perpendicular e pretende entrar nessa via, tornando mais amplo seu campo de visão.

Na faixa

Não se deve estacionar sobre a faixa de pedestre para não bloquear a passagem de quem atravessa a rua.

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