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Chevrolet prepara o substituto do Astra

Dirigimos nos Estados Unidos o Chevrolet Sonic, modelo comercializado por lá nas carrocerias sedã e hatch, que deve chegar ao mercado brasileiro ainda este ano

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Versão LT é equipada com o motor Ecotec 1.8 de 140cv de potência e câmbio automático de seis marchas


De Detroit (EUA) - 
A Chevrolet do Brasil convidou um grupo de jornalistas para dirigir o compacto Sonic pelas ruas de Detroit, nos Estados Unidos, e depois fez uma apresentação técnica do modelo. Tudo isso para, adivinhe, confirmar a chegada do modelo no nosso mercado, certo? Não! Na verdade, os executivos da marca não confirmaram a vinda do Sonic para o Brasil. Mas, então, para que gastar tanta energia, mobilizar boa parte da imprensa especializada, para a apresentação de um carro que não vem para cá? Talvez para preservar a imagem do Astra, que não é mais produzido, mas ainda há unidades em estoque na rede.

Nada disso. Apesar da mise-en-scène, o Sonic vem para o Brasil sim. Como o modelo viria inicialmente da Coreia, o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) poderia comprometer sua chegada ainda no primeiro semestre, mas não aborta a ideia. O Sonic chega primeiro na carroceria hatch, seguida pelo sedã. Por isso mesmo escolhemos o Sonic hatch LT, versão intermediária de acabamento, equipada com o motor Ecotec 1.8 de 140cv e câmbio automático de seis marchas. Nos Estados Unidos também existe a opção de um motor 1.4 turbo, com iguais 140cv.

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O comportamento do conjunto mecânico é bom. As respostas do câmbio são rápidas. Boa parte do torque de 17,1kgfm se apresenta rapidamente, basta afundar o pé no pedal da direita. O carrinho, um subcompacto para os americanos, é muito ágil, com destaque para a direção elétrica, firme em altas velocidades e gentil nas manobras. Já a suspensão é dura, proporcionando segurança nas curvas mais fechadas, mas prejudica o conforto, transferindo as imperfeições da pista aos passageiros.

O interior tem acabamento compatível com a proposta, com materiais de qualidade



Mas é importante frisar que esse não deve ser o comportamento do modelo que será vendido no Brasil. Especula-se que o Sonic chegue aqui com motor Ecotec 1.6, também com opção do câmbio automático de seis marchas. Claro, alguma sofisticação o modelo tem de ter, já que por aqui vai competir, por exemplo, com o novo Ford Fiesta, na faixa dos R$ 50 mil. Porém, é preciso ficar de olho, já que a regra dos fabricantes é depenar o carro para trazê-lo para o nosso mercado.

Então, será mesmo que no Brasil o Sonic terá os 10 airbags de série oferecidos no mercado americano? Parece que não, pois foi antecipado que o modelo tem todas essas bolsas infláveis, porém cada mercado decide quantas vai usar. Outros sistemas que o modelo traz de série nos Estados Unidos são freios ABS, controle de tração e estabilidade, hill holder, monitoramento da pressão dos pneus, ar-condicionado, sensor crepuscular, som e outros.

O ponto forte do design do Sonic é a frente, que remete à esportividade. Enquanto a grade bipartida está associada ao centro do capô, os faróis de duplo refletor ficam mais recuados e ligados aos vincos da peça e às laterais. O resultado é uma dianteira em cunha. O para-brisa é amplo e a visibilidade muito boa. Nas laterais, o destaque é o posicionamento da maçaneta das portas traseiras, ao lado dos vidros. A traseira é limpa, tendo como detalhes o spoiler no limiar com o teto e as lanternas, cada uma com um elemento circular grande e outro menor.



A traseira do sedã já não é tão equilibrada quanto a do hatch, por culpa das lanternas. Talvez o formato, semelhante ao do hatch, brigue com a traseira alta do três volumes. Porém, o porta-malas é generoso e parece ter mais que os 397 litros declarados pela fábrica. Mas a GM pegou pesado ao declarar um volume de absurdos 538 litros para o hatch, considerando até o teto. Só para esclarecer, o Chevrolet Aveo, irmão gêmeo do Sonic, tem porta-malas de 290 litros declarados. O interior tem acabamento compatível com a proposta do Sonic, com plásticos de qualidade e boa montagem. Três passageiros viajam apertados no banco traseiro, que traz cinto de três pontos no meio, porém sem o apoio de cabeça. Um vacilo! Nos Estados Unidos o Sonic hatch custa a partir de US$ 15.395 e o sedã US$ 14.495, ambos na versão LS.

(*) O jornalista viajou a convite da Anfavea