DE SÃO PAULO - Assim como o Cruze, o Cobalt também é, segundo a GM, fruto de uma arquitetura global, só que desenvolvida inteiramente no Centro Tecnológico da General Motors no Brasil. Além do mercado nacional, o modelo será comercializado em mais de 40 países da Europa, África, Oriente Médio e América do Sul. Para desenvolvê-lo, a GM seguiu a mesma fórmula que a Renault (leia-se Dacia, marca romena que pertence ao grupo do fabricante francês) aplicou no Logan e, mais recentemente, que a Nissan adotou no Versa: criar um carro de construção e visual simples, mas que ofereça um espaço interno de carro do segmento superior e uma lista de equipamentos que possa atender também o público que deseja investir um pouco mais em conforto e segurança. O novo sedã aposenta, de uma tacada só, Astra e Corsa Sedan.
IDENTIDADE
A proposta do Cobalt não inclui um design arrojado, que pretenda conquistar pela aparência, mas o resultado é um conjunto estilístico equilibrado entre a frente, a lateral e a traseira, e com o DNA da marca, já presente no Agile, Cruze, Montana, Malibu, entre outros. A grade dianteira em colmeia, com a gravatinha estampada na barra que a corta na parte de cima, e os grandes faróis com refletor único fazem do sedã um Chevrolet legítimo. Na lateral destacam-se a linha de cintura elevada, que reforça o aspecto de robustez e coloca uma pitada de esportividade, para quebrar a sobriedade das linhas; e as rodas de 15 polegadas – as de liga leve são de série na versão LTZ, a topo de linha –, calçadas com pneus de perfil alto (195/65 R15), que têm baixa resistência ao rolamento. A traseira tem desenho bem simples e limpo, com lanternas verticalizadas e que não invadem a tampa do porta-malas.
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COMPACTO? O novo sedã da GM não é exatamente um compacto, pois o carro mede 4,48m de comprimento, 1,74m de largura e 1,51m de altura. Mas o número que mais se destaca é a distância entre-eixos (de 2,62m), pois é responsável por oferecer um amplo espaço interno. No habitáculo tem espaço de sobra para cinco adultos e só não oferece conforto para o passageiro do meio do banco traseiro devido ao túnel central, que incomoda. O porta-malas de 563 litros bate fácil o dos seus concorrentes diretos (Renault Logan e Nissan Versa) e faz inveja no do irmão maior, o do Cruze, que tem 450 litros (são mais de 100 litros de diferença). Além de garantir muito espaço do lado de dentro, os designers também conseguiram linhas bem aerodinâmicas: o coeficiente de penetração aerodinâmica (Cx) de 0,32 ajuda no desempenho e na economia de combustível.
INTERIOR
Por dentro, o Cobalt não parece um modelo básico. Misturando vários tons de cinza com plásticos imitando metal no centro e em parte do volante, o painel passa uma boa impressão à primeira vista, com materiais aparentando ser de qualidade superior àqueles aplicados no primo Agile. O volante foi herdado do Cruze, mas sem os comandos do equipamento de som. O painel mistura instrumentos analógico (conta-giros) e digitais (velocímetro e marcador do nível de combustível), com iluminação azul gelo (com LEDs), mas peca por não ter o mostrador da temperatura do motor, um item importante em um país tropical como o nosso. Os bancos são confortáveis, prendem bem o corpo e o revestimento depende da versão (S, LT ou LTZ), mas são todos em tecido, de toque agradável. Destaque para os 18 porta-objetos espalhados pelo interior.
MECÂNICA
O motor 1.4 Flex (de 97cv com gasolina e 102cv com etanol) passou por melhorias, mas, em um sedã do porte do Cobalt, proporciona um fôlego apenas razoável, insuficiente para competir com os concorrentes diretos, equipados com motor 1.6. A opção com motor 1.8 e câmbio automático de seis marchas chega em abril de 2012. O câmbio manual de cinco velocidades mostrou ter relações de marchas bem escalonadas e engates precisos e macios. Numa avaliação rápida na pista de teste da GM, com quatro pessoas, a suspensão revelou um bom equilíbrio entre conforto e estabilidade mostrando-se bem firme em curvas mais fechadas e absorvendo de forma razoável as irregularidades do piso. A direção hidráulica tem boa calibragem, tanto para manobras quanto para altas velocidades.
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OPÇÕES
Todas as versões são equipadas com ar-condicionado e direção hidráulica, mas cometem uma falta grave: não oferecem apoio de cabeça nem cinto de três pontos para quem senta no meio do banco traseiro. O Cobalt será vendido em três opções, com os seguintes equipamentos: a LS (R$ 39.980), com desembaçador traseiro, chave do tipo canivete com abertura a distância, trava elétrica das portas e porta-malas, banco traseiro bipartido e do motorista com regulagem de altura; a LT (R$ 43.780), que acrescenta airbag duplo frontal, freios ABS com EBD, coluna de direção com regulagem de altura, comando elétrico para os vidros dianteiros e alarme; e a LTZ (R$ 45.980), que soma rodas de liga leve, faróis de neblina, computador de bordo, comando elétrico para todos os vidros e retrovisores e rádio AM/FM com leitor de CD/MP3, Bluetooth e entrada USB.
(*) Jornalista viajou a convite da General Motors do Brasil.