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Chery Cielo - Pegando pelo conteúdo

Marca chinesa, que chegou ao Brasil no ano passado, lança modelos sedã e hatch pelo mesmo preço. Lista de equipamentos de série é longa, mas acabamento deixa a desejar

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De Indaiatuba (SP) - A Chery Automobile foi fundada em 1997, produziu seu primeiro carro em1999 e atualmente é uma das gigantes da China, sendo a "menina dos olhos" do governo chinês. Com sede na cidade de Wuhu, na província de Anhuí, o grupo tem 12 fábricas (quatro na China e oito em outros países), já ultrapassou a marca das 2 milhões de unidades produzidas e exporta carros para mais de 80 países. A marca chegou ao Brasil no ano passado, instalando-se na cidade de Salto, no interior paulista, e estreou no mercado brasileiro com o utilitário-esportivo compacto Tiggo. A Chery quer agora uma fatia do segmento dos médios com o Cielo (nome que foi escolhido para o mercado brasileiro, por meio de concurso, pois lá fora o carro é chamado de A3), nas opções sedã e hatch, que, por mais incrível que pareça, têm o mesmo preço: R$ 41,9 mil.

Para evitar as críticas por falta de personalidade nas linhas da carroceria, muito comum aos carros chineses, a Chery resolveu investir um pouco mais e contratou o renomado estúdio italiano Pininfarina para assinar o design do carro. O resultado é bem equilibrado, mas sem fugir muito do lugar-comum, como a já “batida” frente em forma de U, que começa no capô, divide a grade dos faróis (também espichados, como na maioria dos modelos atuais) e contorna a tomada de ar inferior.

Veja a galeria de fotos do Chery Cielo!

Na lateral, as linhas também passam despercebidas. Destacam-se as rodas de liga de 16 polegadas, de série nos dois modelos; as maçanetas traseiras ocultas; e os repetidores de seta nos frios. Por outro lado, as duas traseiras têm um toque mais diferenciado. Na do hatch, as lanternas em forma de gota formam um contraste interessante com o vidro bem inclinado e, junto com a dupla saída de escape, dão um toque de esportividade ao modelo. No sedã, as lanternas, que lembram as do BMW Série 1, dão um ar elegante ao carro. Os dois têm sensor de estacionamento, para facilitar a vida do motorista em manobras em marcha a ré. O Cielo tem as seguintes medidas: 4,28m (hatch) e 4,35m (sedã) de comprimento; 1,97m (hatch) e 1,79m (sedã) de largura; 1,46m de altura; e 2,55m de entre-eixos.

MECÂNICA
O Cielo será vendido inicialmente com motor 1.6 (desenvolvido em conjunto com a empresa austríaca AVL), que gera 119cv, e câmbio manual de cinco velocidades. A suspensão, foi desenvolvida pela empresa UK Mira, especializada em engenharia automotiva, tem configuração de carro mais sofisticado: do tipo McPherson na dianteira e Multilink (multibraço) na traseira. O dois modelos têm um pacote bem significativo de segurança ativa (para evitar a batida) e passiva (para atenuar os efeitos dela), incluindo desde a aplicação da tecnologia de soldagem a laser de placas com diferentes espessuras na carroceria até freios ABS e airbag duplo de série.

A lista de itens de conforto e conveniência inclui direção hidráulica, ar-condicionado, vidros e travas com comando elétrico, regulagem interna de altura dos fachos dos faróis, CD Player com reprodução de arquivos em MP3 e entrada auxiliar USB, alarme de chave na ignição e porta aberta, alerta de quilometragem para revisão programada e sistema "siga-me", que mantém os faróis acesos de 30 a 120 segundos depois da retirada da chave de ignição, iluminando o caminho até a porta de casa. O Cielo tem garantia de três anos e já está sendo vendido nas 33 concessionárias que a marca tem no Brasil (serão inauguradas mais 28 até o fim do ano).

Lanternas em forma de gota combinam com a traseira em queda; o brake light fica em destaque



Embora o conteúdo seja atraente, os materiais usados e a montagem dos acabamentos externo e interno do Cielo são de baixa qualidade. Basta reparar nos para-choques, painéis de porta, tampa do piso do porta-malas, encaixes do painel de instrumentos etc. O espaço não chega a ser uma suíte, mas acomoda bem quatro adultos de estatura mediana. O primeiro contato com o sedã foi num trecho bastante curto de estrada de asfalto de boa qualidade, que não permite avaliar os efeitos do acabamento ruim no nível de ruídos. O motor multiválvulas, aliado a um câmbio de relações longas, deixa o carro preguiçoso nas retomadas. Por outro lado, a suspensão parece ter bom equilíbrio entre conforto e estabilidade.