Um dos principais focos dos estudos dedicados aos veículos elétricos, as baterias são responsáveis diretas pela autonomia de cada modelo. As baterias mais usadas entre os elétricos são as de íons de lítio, que ainda estão em evolução. Este tipo apresenta boa densidade energética, custo relativamente baixo e segurança. Por apresentarem características diferentes, certas tecnologias são mais adequadas para os híbridos, enquanto outras se adaptam melhor nos elétricos puros.
De acordo com Raul Beck, responsável técnico pela área de sistema de energia da Fundação CPQD, a bateria usada no Toyota Prius é a de níquel metal hidreto, usada no híbrido por ter baixa autonomia, fator compensado pelo uso de outro motor a combustão interna. Já a bateria de lítio óxido manganês, com maior densidade energética, é usada tanto no elétrico Nissan Leaf como no híbrido plug-in Chevrolet Volt.
SEGURANÇA Raul explica que, por se tratar de um componente que será usado num veículo, que portanto está exposto a um acidente, a segurança é um aspecto importante. “A bateria usada nos telefones celulares, do tipo lítio cobalto, apresenta ótima densidade energética, mas não é empregada em veículos porque poderia explodir num acidente”, conta o técnico do CPQD, informando que as baterias que associam mais energia e segurança são as de cobalto, manganês e níquel e a de níquel, cobalto e alumínio.
CICLOS Além de densidade energética e segurança, outra característica importante nas baterias é a vida útil, que diz respeito ao número de ciclos de recarga. Para isto, estão sendo feitos estudos substituindo o polo positivo feito em carbono por silício. Mas, de acordo com Raul Beck, o melhor ainda está por vir. Em 2015, já estarão no mercado baterias cujos polos são o ar, o que é mais barato, seguro e apresenta mais energia. Em 2013, já como protótipo, uma bateria lítio ar, com 800 quilômetros de autonomia, passa a ser testada.
Também como promessa, o lítio será substituído por outros metais como sódio e flúor para obter mais densidade energética. Outra linha que vem sendo pesquisada é a de lítio polímero, na qual o meio pelo qual os elétrons se deslocam não é líquido e sim sólido. O resultado é mais segurança e menos energia, apesar de existir um fabricante que afirma ter conseguido autonomia de 600 quilômetros com esta bateria.
SAL No Brasil, um projeto encabeçado pela Usina de Itaipu também desenvolve pesquisas em torno dos veículos elétricos. A bateria usada no protótipo é a de níquel cloreto de sódio, considerada segura, de baixo custo e com autonomia semelhante às de íons de lítio. Como essa bateria só funciona a 260°C, a própria manutenção desta temperatura consome sua carga. Segundo Raul é uma tecnologia em evolução e altamente promissora.