A Cadillac não pode mais ser considerada como um símbolo do conservadorismo. Ao menos é para onde apontam os últimos lançamentos da marca, orientados pela filosofia batizada como "Art and Science", ou ciência e arte. E foi no seu quintal, o Salão de Detroit, que abriu as portas para a imprensa ontem e vai até o dia 24 próximo, que a marca revelou o XTS Platinum Concept, um conceito híbrido que antecipa a nova geração do top de linha da marca. O modelo, cotado para substituir os atuais DTS - derivado do DeVille de tração dianteira - e STS, aposta na conjugação de um propulsor V6 3.6 com injeção direta e um motor elétrico, cujas baterias de íons de lítio podem ser recarregadas na rede elétrica - "plug in".

Conjugados, os motores rendem 354 cv de potência e 40,7 kgfm de torque. Para garantir um comportamento dinâmico capaz de igualar o seus rivais alemães, como o Audi A8, o BMW Série 7 e o Mercedes-Benz Classe S, a Cadillac dotou o XTS de tração integral sob demanda, a mesma do Opel Insignia. Além disso, a suspensão tem controle eletrônico magnético, em que o fluído metalizado dos amortecedores é controlado magneticamente para enrijecer ou tornar mais confortável o amortecimento. Não ficam de fora os controles de tração e de estabilidade, tal como freios a disco nas quatro rodas com ABS e EBD.

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A carroceria do XTS também dá o tom dessa modernidade, com ângulos pronunciados e destaque para a dianteira agressivamente volumosa. O perfil é aerodinâmico, com um terceiro volume curto e integrado ao habitáculo, no estilo dos cupês de quatro portas. Os faróis adaptativos e as lanternas – ambos em LEDs – são verticalizados, de acordo com a linguagem de estilo da marca. A esportividade é acentuada pelas rodas aro 20 e pelo spoiler traseiro integrado ao "brake light".

O interior abusa de materiais sofisticados, como couro costurado a mão em tons de castanho e creme e arremates de madeira. A modernidade fica clara nas formas envolventes, que replicam os ângulos retos da carroceria no topo do console central – uma inspiração também presente no encosto do banco traseiro –, além do painel de instrumentos, composto por uma tela de LED orgânico.

O cuidado com os detalhes está presente na padronagem do couro dos bancos, adornada com “relevos” criados com o uso de laseres. Os passageiros traseiros são beneficiados pelo amplo espaço e também por telas retráteis de LCD, que permitem o acesso a várias funções do carro, além de acesso a internet. Tudo ao gosto norte-americano pelo luxo e comodidade, mas com respeito aos ditames ecológicos. Afinal, estima-se que o XTS seja capaz de rodar cerca de 30 km em circuito urbano apenas com energia elétrica. E, se a Cadillac teve que se reinventar para alcançar os germânicos em qualidade e desempenho, agora a marca de Detroit está apta a enfrentar as versões híbridas destes rivais, que começam a chegar em março, com a apresentação do Audi A8 híbrido, no Salão de Genebra.

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