Apresentada ao público em janeiro, a nova geração da Mercedes Classe C mal chegou ao Brasil e já tem novidades. Os técnicos da AMG, divisão esportiva da marca, trabalharam rápido e já está pronta a C63, versão esportiva do sedã, que disputa com Audi S4 e BMW M3 na categoria dos médios de altíssimo desempenho. Para se ter uma idéia da velocidade com que a versão foi desenvolvida, a atual geração do BMW Série 3 já está rodando desde 2005 e a versão M só será lançada em setembro.
Além de mostrar a capacidade da engenharia da AMG, o novo modelo serve para celebrar os 40 anos da divisão, e a escolha do sedã Classe C não é mera coincidência. Em 1993, o C36 foi a primeira parceria oficial entre as duas empresas, mas só o espírito se manteve ao longo destes 14 anos.
No modelo original, a força vem de um seis cilindros com 280 cv de potência. O modelo recém-apresentado, cujo motor foi inteiramente desenvolvido pela AMG, eleva o desempenho para 457 cv, vindos do V8 de 6.208 cm³, apenas um pouco menos do que os 470 cv produzidos pelos veículos da aclamada DTM, o equivalente alemão da nacional brasileira Stock Car. Outra vantagem da generosa cilindrada é o torque, que fica em torno de 60 kgfm. O processo de fabricação de cada motor é acompanhado individualmente e leva a assinatura do engenheiro responsável. Já usada em outros Mercedes, a caixa de marchas é a automática de sete velocidades, com possibilidade de trocas manuais por borboletas no volante.
Vários outros elementos do carro tiveram que ser adaptados, para tirar o melhor desempenho do motor. O sistema de refrigeração foi redimensionado, mas foram feitas modificações nas suspensões. As molas são mais rígidas, e os amortecedores, a gás. A bitola dianteira foi alargada em 35 mm, o que, além de melhorar a estabilidade, aumenta a eficiência do sistema de ventilação dos freios, que acabam ficando mais expostos à ação do ar. As rodas são em liga de titânio e os pneus têm medidas diferentes para cada eixo: 235/40 18 na frente e 255/35 18 atrás. Opcionalmente, o veículo pode ser equipado com rodas de 19 polegadas de diâmetro.
A eletrônica também acompanha a evolução. O sistema de controle de estabilidade tem três estágios, permitindo que o piloto escolha o grau de interferência do computador em seu estilo de condução. O equipamento pode ser desligado.
As alterações estéticas do C63 dão ar agressivo ao carro, mas, em sua maioria, foram motivadas mais por aspectos funcionais do que estéticos. Os pára-lamas dianteiros mais largos acomodam a bitola maior do eixo. O capô ganhou dois ressaltos, para receber as duas carreiras de quatro cilindros formadas pelo V8. Até mesmo as entradas de ar no pára-choque não existem apenas por razões estéticas. Na parte traseira, tanto o aerofólio quanto o escapamento quádruplo são o que se espera de um esportivo.
No interior, a principal diferença são os bancos tipo concha, com apoios de cabeça integrados, além da insígnia AMG espalhada em pontos estratégicos, inclusive no velocímetro.
O resultado de todo o trabalho é um sedã para quatro adultos, com direito a muitos mimos, mas que demora meros 4,5 segundos para atingir os 100 km/h. Nem precisa dizer que a velocidade máxima de 250 km/h é limitada artificialmente.