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Brasil e EUA fecham acordo para suspender retaliações por mais 60 dias

Decisão que suspende o aumento da alíquota de importação para veículos prevê a criação de uma entidade privada para gerir o fundo de pesquisa sobre a cultura do algodão

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Brasília - Brasil e Estados Unidos concluíram em Punta Del Este (Uruguai), o memorando de entendimento que permitirá a suspensão das retaliações brasileiras contra produtos americanos por mais 60 dias. O texto está em fase de tradução neste momento. Prevê a criação de uma entidade privada, cuja natureza jurídica ainda está em estudos, para gerir o fundo de pesquisa sobre a cultura do algodão. Uma vez instalada essa entidade, o governo americano deve fazer um aporte de US$ 147,3 milhões ao ano. A parcela inicial será de US$ 30 milhões, com outras 11 parcelas mensais de US$ 10,66 milhões.

Na manhã desta terça-feira, 20, no Itamaraty, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, havia adiantado a conclusão do acordo. Mas não explicou em que consistia. "Graças a Deus, chegarmos a um acordo", declarou, logo depois de criticar os que foram contrários à abertura da controvérsia sobre os subsídios americanos ao algodão pelo Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC) e de ressaltar que as regras da entidade "valem para todos".



O acordo significa uma suspensão temporária do aumento tarifário que atingiria duramente os automóveis produzidos nos Estados Unidos e importados para o Brasil, como o BMW X5 (foto de abertura) ou o Mercedes-Benz ML. Além dos futuros modelos marcado para desembarcar por aqui, como os Chevrolet Camaro e Malibu (foto acima). A sobretaxa aplicada poderia chegar a 100% em alguns produtos. Nos automóveis, será de 15 pontos porcentuais, de 35% para 50%. O Brasil comprou 2.141 veículos dos EUA em 2009, o equivalente a apenas 0,4% da importação total de veículos no período.