Quando lançou o Série 1 em 2007, a BMW anunciou que fazia um modelo menor e mais acessível de seus carros. O mesmo caminho que a Audi buscou quando lançou o A3 em 1996, e bem diferente da Mercedes-Benz, que no ano seguinte inovou com o Classe A e deixou algumas tradições de lado. O fato é que o caminho da marca das quatro argolas e da BMW foi o mais acertado – não por acaso, a Mercedes prepara o novo Classe A com os predicados dos rivais. Por isso mesmo, a BMW manteve as linhas gerais do modelo original na segunda geração, que foi revelada pela marca antes do lançamento, marcado para setembro no Salão de Frankfurt.
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A dianteira mantém os característicos faróis duplos, só que ligeiramente achatados, solução já apontada por conceitos da casa e que deve estar nos próximos BMW. O capô é mais encorpado, um aspecto agressivo reforçado pela grade em duplo rim de maior tamanho. O perfil também manteve o jogo de superfícies do original, com vincos ascendentes na linha de cintura e na base. Da mesma forma, a traseira tem a tampa do porta-malas côncava, circundada por lanternas que ganharam elementos mais retangulares e continuam a avançar sobre as laterais.
O visual robusto se traduz em medidas maiores. O novo Série 1 tem 4,32 metros de comprimento, 2,69m de distância entre-eixos, 1,76m de largura e 1,42m de altura, a única medida mantida. São 8,3 centímetros a mais de comprimento, 1,4cm de largura e 3cm na distância entre-eixos, o que aumentou o espaço para as pernas dos passageiros traseiros em 2cm e promete melhorar um dos pontos críticos do original. O porta-malas de 360 litros é maior. As bitolas também ficaram mais largas e, junto com a distribuição ideal de peso e as suspensões independentes nas quatro rodas, prometem manter a fama de equilíbrio dos BMWs, com diferencial traseiro com autoblocante eletrônico de série. A direção é eletromecânica e pode ser do tipo variável eletronicamente, opcionalmente.
SEIS MENOS DOIS O arranjo de tração traseira e motor longitudinal continua lá, para o alívio dos puristas. Mas quem abrir o capô esperando um seis em linha terá uma decepção, aplacada por uma nova linha de quatro cilindros. Ficam para trás os motores mais fraquinhos dos modelos Série 1 e entra o novo 1.6 com soluções já comuns à marca, tais como comando variável de válvulas, injeção direta e turbo de duplo estágio. Sempre associado ao câmbio manual de seis marchas ou ao automático de oito.
A tecnologia faz a sua parte: o 1.6 gera 136cv e 22,4kgfm de torque no 116i e 170cv e 25,4kgfm no 118i. Com isso, o 118i vai até os 100km/h em 7,4 segundos e segue aos 225km/h, prometendo mais substância ao modelo que é o mais vendido da BMW no Brasil. Ainda há um 2.0 turbodiesel com três faixas de rendimento, entre 116cv e 184cv. Futuramente, o carro contará com outras motorizações, incluindo versões de alto desempenho, além do já anunciado 116d EfficientDynamics, o primeiro BMW a romper a barreira dos 100 g/km de dióxido de carbono, um alívio diante das pesadas multas que serão aplicadas na Europa contra os modelos mais poluentes.
BANHO DE LOJA O interior toma o desenho trabalhado dos BMWs mais caros, que também emprestam o volante multifuncional de almofada retilínea. O console central tem tela LCD de 6,5 polegadas, que exibe as informações de vários sistemas. Entre os itens disponíveis, estão o sistema de alerta de mudança de faixa e de ponto cego, controle de cruzeiro capaz de frear o carro automaticamente, entre outros, afora seis airbags de série e controles eletrônicos de estabilidade e de tração. Os avanços em porte e sofisticação também abrem espaço para um modelo maior dentro da gama bávara, que passará a contar a partir do ano que vem com um novo compacto de acesso. Esse sim menos avesso às tradições.