Dois anos de resultados pífios são os responsáveis pela enorme pirotecnia apresentada nos dias 19 e 20, próximos do fim do mundo, segundo o calendário maia. Fim do mundo será se todas as ações anunciadas no segmento aeroportuário tiverem o destino das ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A matriz é a mesma.
O pior é que a pirotecnia encontra eco e os inocentes acreditam na chamada: “Governo privatiza os aeroportos do Galeão/RJ e Confins/BH”. Privatiza? Como? Os editais só serão lançados em agosto e o leilão em setembro.
O governo liberou para a concessão os aeroportos do Galeão e de Confins e espera obter R$ 11,4 bilhões. O Galeão entraria com R$ 6,6 bilhões e Confins com R$ 4,8 bilhões.
Os editais poderiam ter sido publicados antes do fim do primeiro semestre do ano passado e os leilões já havidos, não fora uma tentativa infantil de criar a Infraero Participações. Esta tentativa serviu para promover um tour da ministra da Casa Civil e comitiva a países sede de bons operadores aeroportuários, sem gerar resultado.
A viagem fracassou porque não há trouxa no mundo que aceitaria ser acionista minoritário de uma estatal brasileira, em uma conjuntura de intromissão do governo em suas políticas.
No novo modelo, o grande operador aeroportuário deverá ser detentor de 25% do capital do consórcio vencedor, que terá a Infraero como acionista detentora de 49% do capital.
Caso apareça algum participante do consórcio com tal envergadura, o resultado será positivo, mas muito atrasado.
A presidente em um momento de marqueteira afirma desejar um pibão, assim como desejaram quando foi denominada mãe do PAC. Tomara que não estejamos diante de um PAC aeroportuário.
Se não estivermos ante um ato de puro marketing, a intenção de destinar R$ 7,3 bilhões para a aviação regional é louvável. Concretizado o investimento, poderemos ter um pouco de esperança, pois não é possível que após quatro meses de trabalho do Supremo Tribunal Federal os espertos de plantão não se intimidem.
No frigir dos ovos, o chefe da Secretaria de Aviação Civil, que desejava criar a estatal Infraero Participações, leva como prêmio de consolação a Infraero Serviços.
Um dia antes do auê aeroportuário, o ministro da Fazenda anunciou mais um conjunto de medidas pontuais para tentar alavancar o pibão.
O esquema é o mesmo: incentivar o consumo, mantendo a redução do IPI para os automotivos e para os artigos da linha branca. Trouxe uma inovação: o comércio terá a sua folha de pagamentos desonerada, tendo de recolher apenas 1% de seu faturamento. Esse pacote significa menos R$ 4,5 bilhões nos cofres da viúva. Pobre Previdência Social!
O modelo de incentivar o consumo faz a alegria dos chineses. O movimento dos nossos portos evidencia a festa da importação e o resultado da balança de pagamento não nega a loucura.
Deixando de lado a macroeconomia, a intenção do chefe da Secretaria de Aviação Civil é conseguir um sócio internacional, na constituição da Infraero Serviços, para a Infraero administrar aeroportos regionais.
Uma vez mais parece que será difícil achar este parceiro. O mundo todo sabe da loucura que ocorreu na Petrobras durante o governo Lula e que poderá se repetir. A empresa de capital estatal comprou uma refinaria de petróleo arcaica no Texas/EUA por US$ 1,18 bilhão e ao pretender vendê-la só teve uma oferta de US$ 180 milhões.
A intromissão nas empresas geradoras de energia elétrica também assusta os investidores. No futuro sem poder reajustar o preço do quilowatt, assim como ocorre com a Petrobras no caso da gasolina automotiva, e sem investimentos, poderemos esperar apagões, e não será por falta de água. O próprio operador nacional do sistema reconhece este perigo.
Todo este conjunto de ações anunciado visa a fazer o paquiderme acordar, uma vez que com as incapacidades evidenciadas até o momento ele adormeceu. Tomara que consigam sobrepujar as desconfianças para que possamos ter um feliz 2013.
Birutinhas
RECONHECIMENTO
A Azul Linhas Aéreas foi eleita a companhia de aviação que mais respeita o consumidor no Brasil, em 2012. Um levantamento realizado em cinco capitais e cidades do interior pela revista Consumidor Moderno culminou com a premiação havida no dia 14, no Hotel Intercontinental, em São Paulo. Foi ressaltada a regularidade, a pontualidade e o atendimento melhor e mais humano.
CESSNA
A Cessna Aircraft Company e a China Aviation Industry General Aircraft Company Ltd (Caiga) constituíram uma joint venture para a montagem final e comercialização da aeronave Citation XLA %2b Business Jet na China. A Cessna fornecerá os componentes, as peças e as subpartes para a aeronave e a Caiga, em Zhuhai, conduzirá a montagem, pintura, acabamento interno, customização e voos de teste.
PARCEIROS
A Boeing e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) assinaram um memorando de entendimento para explorar projetos de pesquisa colaborativa, envolvendo biomateriais e protótipos multidisciplinares. A iniciativa da Boeing Pesquisa e Tecnologia Brasil inclui o Departamento de Química e a Faculdade de Engenharia da UFMG. Havendo bons resultados, a iniciativa se estenderá a outros setores da universidade.
HOMOLOGAÇÃO
O Embraer 190 e o Embraer 195 receberam homologação para operarem na Rússia e na Comunidade dos Estados Independentes (CEI). Nessa a Embraer já tem clientes no Cazaquistão, Azerbaidjão, Bielorússia e Ucrânia. Estimando um crescimento da demanda de passageiros na Rússia de 5,6% nos próximos 20 anos, a Embraer avalia que aquele mercado incorporará 455 novas aeronaves com capacidade de 30 a 120 assentos.
INOVAÇÃO
A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) premiou a Embraer S.A. com o troféu de vencedor nacional do prêmio Finep de Inovação 2012. A cerimônia foi realizada no Palácio do Planalto, com a presença da presidente da República. Criado em 1998, o Prêmio Finep é considerado um dos principais instrumentos de estímulo e reconhecimento à inovação no Brasil. Participaram do certame 588 projetos.
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