A trinca alemã de luxo, Audi, BMW e Mercedes-Benz, não se desvia muito do foco. Basta uma lançar um modelo em determinado segmento para começar a deixar as outras eriçadas. Nem sempre uma segue a outra, porém a frequência com que isso ocorre é notável. Por exemplo, quando a Mercedes lançou o CLS em 2004, demorou, mas a Audi já comercializa o rival A7 Sportback, enquanto a BMW prepara o Série 6 quatro portas. Pois bem, agora quem lançou moda foi a BMW com o X1, crossover compacto para os padrões europeus. A Mercedes-Benz já prepara um modelo menor que o GLK, que vai dividir arquitetura com o novo Classe A, que apareceu nessa semana.Enquanto isso, a sueca Volvo corre por fora para apresentar um crossover baseado sobre o futuro C30 de segunda geração.Quem já partiu no encalço da rival bávara é a Audi, que apresentou o Q3 no Salão de Xangai.
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O modelo é o menor da gama que inclui o crossover médio Q5 e o grandalhão Q7 (que ganha nova geração no segundo semestre). Ao contrário dos mais antigos, o Q3 já tem uma imagem frontal mais afilada, uma variação sobre o estilo original, com grade em peça única mais angulosa e faróis com recorte reto em LEDs. É a segunda variação sobre a base no novo Audi A3, que aparecerá em breve na carroceria hatch, porém debutou de fato em Genebra na carroceria sedã, ainda conceito.
Pensando leve
Como outros Audi, o Q3 se vale de materiais leves para pegar leve na balança. O capô e a tampa envolvente do porta-malas são em alumínio, o que permitiu atingir um peso inferior a 1.500 kg na versão básica - com tração dianteira, o sistema de tração integral representa um grande peso. Razoável para um crossover de 4,39 metros, 1,83 m de largura e 1,60 m de altura. Como comparação, o Q5 tem 4,62 m de uma ponta a outra. O porta-malas do Q3 comporta 460 litros, o que pode chegar a 1.365 l com o encosto traseiro rebatido.
Dentro da inspiração urbana, o modelo sai de fábrica com rodas aro 16 em pneus 215/65 na versão básica, medidas que aumentam para 17 polegadas na top. Mas rodas de até 19 polegadas fazem parte das opções. Ainda assim, a distância do solo de 17 cm e a tração integral pode habilitar o Q3 para trilhas leves.
O interior também adota o novo estilo de ambientação aplicado nos atuais Audi, representado pelo painel de borda superior envolvente. Entre os mimos, teto solar panorâmico, bancos esportivos elétricos e aquecidos, acesso e partida sem chave, ar-condicionado de duas zonas, sistema de som premium, divididos na tabela de série e opcionais. Os faróis podem ser do tipo xenônio adaptativos, com facho alto que baixa ao detectar um veículo em sentido contrário.
Versão 2.0
Curiosamente, o Q3 vem apenas com motorizações 2.0 de quatro cilindros, quatro do tipo, algo explicado pelo seu posicionamento de mercado. Para o Brasil, estão previstos os modelos a gasolina, que contam com o mesmo 2.0 TFSI em duas faixas de potência, 170 cv ou 211 cv. A versão mais potente vai aos 100 km/h em apenas 6,9 segundos e atinge a velocidade máxima de 230 km/h. O 2.0 TDI turbodiesel também se desdobra em duas configurações, uma de acesso com 140cv e outra de 177cv. As versões menos potentes vem de série com câmbio manual de seis marchas, deixado de lado em favor do automático de sete velocidades nos mais caros. Apenas o TDI básico virá com tração dianteira, os demais compartilham a tração integral sob demanda, chamada de maneira geral como quattro pela Audi. A esportividade é incrementada ainda pela oferta do sistema Audi Drive Select, que permite selecionar diferentes modos de resposta do motor, direção e suspensão.
O Q3 será produzido na fábrica de Martorell, arredores de Barcelona, Espanha, e começa a ser vendido em junho próximo. O preço inicial é de 29.900 euros na Alemanha, equivalente a R$ 68 mil, mas dificilmente deve chegar por menos que o dobro ao Brasil. Ainda assim, seria um patamar competitivo, já com o X1 sDrive18i na alça de mira.