A Audi deu mais uma mostra do seu compromisso no desenvolvimento de um modelo elétrico viável, com lançamento marcado para 2012. A marca das quatro argolas levou ao Salão de Detroit um novo conceito elétrico, batizado como e-tron, tal como o primeiro modelo apresentado no último Salão de Frankfurt, em setembro passado. Ao contrário do conceito original, o e-tron de Detroit é mais compacto, com linhas que não remetem tanto ao superesportivo de rua R8. A começar pelas medidas. Com 3,93 metros de comprimento, o esportivo é bem menor que o primeiro e-tron, que media 4,26 metros. O mesmo ocorre com as demais medidas, como largura 1,78 m contra 1,90 m, embora a altura se diferencie em apenas 1 cm ? 1,22 m contra 1,23 m do original.

O desenho evoluiu para uma forma mais convencional, com arcos arredondados de rodas e vincos que delimitam a linha de cintura do carro. Os faróis e lanternas em LEDs mantiveram o desenho em "C" do original. Os faróis são do tipo adaptativo, que se adequa à quaisquer condições de rodagem, como neblina ou chuva, e baixam o facho ao detectar um carro em sentido contrário. As alterações afastaram o carro da inspiração original em detalhes como a tampa ?do motor?, ainda que tenha mantido a enorme grade trapezoidal que representa a assinatura de desenho da Audi e as aletas laterais que, quando abertas, auxiliam na refrigeração do conjunto motriz.

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Mas foram mantidas características centrais do projeto, a começar pela estrutura Audi Space Frame ? ASF ? que se carateriza pelo uso extensivo de alumínio. Ainda que conte com um pesado conjunto de baterias de íons de lítio, com 399 kg, esse conceito tem apenas 1.350 kg, bem menos que os 1.560 kg registrados na balança pelo R8 4.2 FSI, a versão mais leve do superesportivo. Colaboram para o baixo peso os painéis da carroceria, feitos em plástico reforçado.

O e-tron conta com dois motores elétricos que geram uma potência combinada de 204 cv e um torque "arrasador" de 270 kgfm, o suficiente para destruir qualquer conjunto de pneus. Tais números credenciam o e-tron a acelerar de zero a 100 km/h em 5,9 segundos, com uma retomada de 60 a 120 km/h em apenas 5,1 s. Como é de costume em esportivos elétricos, a velocidade máxima é limitada, no caso, a 200 km/h. Em velocidades muito elevadas, o consumo de energia é muito elevado, o que exauriria as baterias e prejudicaria a autonomia máxima de 250 km. O tempo de recarga quando conectado a uma tomada doméstica é de longas 11 horas. Mas em uma rede de 400 volts, esse tempo baixa para duas horas.

Para colaborar com o equilíbrio dinâmico, a distribuição de peso ? crítica em esportivos elétricos ? foi beneficiada pelo posicionamento das baterias, alocadas atrás do compartimento de passageiros ? em posição central traseira ? e também a frente do eixo traseiro. Os motores elétricos ficam alocados no eixo traseiro, tal como a tração. As suspensões são de duplos braços triangulares em alumínio forjado, mais resistente que o fundido, e contam com um ajuste firme.

Ainda assim, a distribuição entre os eixos é de 60% do peso para o eixo traseiro e 40% para o dianteiro. A Audi alega que isso não irá prejudicar a dinâmica em situações limite, graças a distribuição de torque entre as rodas traseiras e ao entre-eixos curto, de apenas 2,43 metros, 22 cm a menos que o R8, o que daria a esse e-tron uma manobrabilidade ?digna de um kart?. A direção é eletromecânica, que só ativa a assistência quando exigido ? em retas o sistema é desligado. As rodas são aro 19, com 35 raios, calçadas em pneus 235/35 na dianteira e 255/35 na traseira.

Os motores, a parte eletrônica e as baterias foram alvos de um novo sistema de gerenciamento térmico, que mantém a temperatura dos componentes em climas frios e os refrigera em altas temperaturas, para não prejudicar o funcionamento nestas condições.

Por dentro o carro abusa do conceito purista, com uma estrutura centrada em torno do que é essencial. O painel curvo se estende visualmente nos painéis das portas. O console central reúne os comandos do câmbio, simplificado com as opções neutro, a frente e ré, que emerge da superfície do túnel de transmissão quando o carro é ligado. Os instrumentos se destacam pela adição de um grande display central, no qual são dispostas as informações da interface multimídia da marca, flanqueado por dois mostradores analógicos, um velocímetro a esquerda e a direita um mostrador de uso da energia. O dispositivo é controlado por meio de uma superfície sensível ao toque no volante. Em vez de retrovisores, o carro possui câmeras que projetam as imagens em telas nos cantos laterais do painel.

Um smartphone pode ser integrado no console, o que permite utilizar o aparelho como sistema de navegação ou de entretenimento, com vídeo e som. Também é possível monitorar o carro a distância com o telefone, que informará ao dono sobre o status das baterias ou sobre a integridade do e-tron. Ao batizar os seus conceitos elétricos como e-tron, a Audi aposta em uma nova linha de elétricos. A versão de produção do carro tem lançamento comercial confirmado para 2012.

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