De Mairiporã (SP) - A Audi demorou, mas reagiu ao Mercedes-Benz CLS, de 2003. Para se distanciar das cópias, a marca investiu em um estilo diferente no A7 Sportback, que se afasta dos demais cupês de quatro portas pela adoção de queda do teto e traseira no estilo fastback, que é chapada e se destaca pelas lanternas angulosas com luzes de LEDs e pelo aerofólio retrátil, que se arma aos 120km/h ou por um botão no painel. O perfil segue a proporção de 2/3 de carroceria para 1/3 de vidros, e ganha força graças à linha de caráter na cintura, chamada de tornado pela marca. Na frente, salta aos olhos o capô longo e os faróis em LEDs, recurso que surgiu no R8 V10 e foi estendido ao top A8. As medidas são generosas: 4,96m de comprimento, 1,91m de largura, 1,42m de altura e 2,91m de entre-eixos. O grande porta-malas (de 535 litros) tem acesso facilitado pela grande porta traseira.
A motorização, porém, aproxima mais o A7 do A6. Trata-se do já conhecido V6 3.0 TFSI, que mantém a sigla mesmo tendo compressor volumétrico e não um turbo. O seis cilindros gera 300cv de potência (a 5.250rpm) e 44,8kgfm de torque (a 2.900rpm). Na prática, substitui o V8 4.2 FSI, ainda não oferecido. Conjugado ao motor está o câmbio automatizado S-tronic de dupla embreagem e sete marchas, que faz tabela com a tração quattro para jogar esses números na dura realidade do asfalto: até os 100km/h são apenas 5,6segundos e a velocidade máxima é limitada aos 250km/h. As acelerações e retomadas são decididas, enquanto a estabilidade, com a ajuda das rodas de 19 polegadas e pneus 255/40, é digna de nota. Segundo a Audi, o modelo faz média de 12,2km/l de gasolina, enquanto emite 190g/km de CO2, o equivalente à de um carro médio nacional.
ÓPERA Por dentro, o A7 oferece espaço para quatro ocupantes que, porém, sofrem um pouco para ter acesso à cabine, tendo que baixar bastante a cabeça para entrar. O painel é mais envolvente, para dar a sensação de que se está em uma ópera, segundo a marca, porém perde o revestimento em couro de superfícies, presente no A8. Ainda assim, o acabamento é impecável e pode vir em quatro tons: café, creme, cinza e preto. O conforto de rodagem é bom, mesmo sem contar com sistema eletrônico de ajuste da suspensão. O que o carro tem é o Drive Select, que rege as respostas do motor, tornando-as mais rápidas; e da direção eletro-hidráulica, que ganha peso no modo esportivo.
Saltam aos olhos dispositivos como o Night Vision, que mostra imagens térmicas do que está adiante, contornando pessoas detectadas. Só não delineia animais, embora os reconheça, devido às limitações de processamento do equipamento. Outro destaque é o controle de cruzeiro adaptativo, que mantém a distância segura em relação ao carro da frente. Caso seja detectado o risco de colisão, entra em ação o Pre Sense Plus, que aciona os freios em até 50% da força de frenagem, para permitir manobras fáceis, e, caso o motorista não reaja aos avisos, prepara o carro para uma colisão, fechando vidros e ajustando bancos, entre outras ações. Há também o Side Assist, que monitora pontos cegos em conversões de pista. Só tem um problema: ao contrário do Head-Up Display, que projeta informações no para-brisa, do receptor de TV, sistema de navegação, entre outros, esses itens são opcionais, assim como os sistemas de som com alto-falantes da BOSE ou o som da Bang & Olufsen. Itens que encarecem o A7 Sportback, que parte de R$ 323.900 e pode chegar perto dos R$ 379.900. O que o afasta em quase R$ 70 mil em relação aos concorrentes, como o próprio CLS, que chega renovado, e o quase crossover BMW Série 5 GT. A Audi aposta que o estilo mais esportivo garantirá ao A7 a média de 120 unidades apenas nesse ano.