O Audi A3 de 1996 foi um sucesso de crítica e de mercado logo de cara. Mesmo bem recebido, o hatch médio premium começou a receber variações apenas a partir de 2003, na segunda encarnação, que recebeu carrocerias Cabriolet e Sportback, que era quase uma perua. Curiosamente, a plataforma comum ao Volkswagen Golf, que já possuía uma família completa, não incentivou a Audi a lançar um três volumes, ainda que a imprensa internacional noticiasse que o modelo estava no forno desde o lançamento original. Foi necessário esperar até o Salão de Genebra deste ano, quase 15 anos depois, para ver o A3 sedã. O modelo aparece ainda na forma de conceito na mostra suíça, que abriu as portas dia 3 e vai até domingo, e serve de prévia ao lançamento da terceira geração do A3, que aparecerá no segundo semestre.
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O sedã é mais um caso de vaga criada pelo crescimento do modelo de cima, no caso o Audi A4, que chegou aos 4,70m de comprimento, 18cm a mais que o original de 1995 – o mesmo ocorreu com o BMW Série 3 e o menor Série 1. Já o Audi A3 Concept fica nos 4,44m contra os 4,21m da geração atual, na carroceria duas portas. O desenho esportivo é garantido pela largura de 1,84m, que contrasta com a silhueta alongada pelo entre-eixos de 2,63m e pela altura de 1,39m, dois centímetros a menos que o Porsche Panamera. O terceiro volume engana: a tampa do porta-malas é integrada ao vidro, estilo chamado de notchback, como o Audi A5 Sportback – ou o Ford Escort para usar um exemplo mais comum.
FAMILIAR
Detalhes típicos de conceitos, como as maçanetas estilizadas e os retrovisores afilados, pequenos demais para proporcionar boa visibilidade, ficarão de fora da versão de produção. Tal como os faróis integralmente em LEDs, ainda raros entre os Audis menores. A tecnologia de iluminação contorna as bordas dos faróis e também está presente nas lanternas. No mais, o A3 Concept é como qualquer outro Audi, repetindo elementos de estilo já conhecidos. É o caso da grade trapezoidal, feita em plástico reforçado com fibra de carbono e diferenciada pelas barras de desenho tridimensional. Esse material, caro e leve, também está em outras partes do carro misturado ao alumínio ou não, como nos retrovisores e difusor de ar traseiro, além das belas rodas aro 20, calçadas com pneus 245/30. A linha de cintura elevada também já faz parte da assinatura Audi, a exemplo das lanternas horizontais, com spoiler em cima. Por dentro, a inspiração vem do próprio A3 atual, com saídas de ar redondas e volante de base achatada, mas se diferencia por não ter alavanca do câmbio, substituída por botões.
Confira vídeo de apresentação do A3 Concept:
A motorização também já é conhecida: trata-se do cinco cilindros em linha- tipo de motor que fez história na marca entre os anos 80 e 90 – 2.5 com turbo, intercooler e injeção direta, heradado do TT RS e A3 RS, mas que ficou ainda mais potente, saltando dos 340cv do original para 408cv no conceito. O torque de 60kgfm disponível já aos 1.600 giros é de dar inveja a qualquer V8 aspirado, só que consumindo uma média de 11km/l de gasolina – segundo dados oficiais. O poderio é jogado nas quatro rodas pela tração integral, que faz par com as suspensões independentes McPherson na dianteira e multibraços atrás.
Mesmo com 1.540 quilos de peso, o conceito pula da imobilidade e atinge os 100km/h em apenas 4,1segundos. Também ajuda nesta façanha o câmbio manual automatizado de dupla embreagem e sete marchas. A velocidade máxima fica pelos 250km/h, por conta do limitador eletrônico. A agressividade da condução pode ser selecionada pelo Audi Drive Select, com cinco modos de resposta do motor, direção e câmbio: conforto, dinâmico, econômico, automático e personalizado. Provas de que o A3 cresceu e apareceu.