A Fábrica Nacional de Motores (FNM) passou a produzir automóveis em 21 de abril de 1960, data da inauguração da nova capital federal. Até então, só fabricava caminhões. A estreia se deu com o FNM JK-2000, homenagem ao presidente que incentivou a produção nacional de veículos, modelo originalmente desenvolvido pela Alfa Romeo e lançado no mercado europeu em 1957. A produção era feita no distrito de Xerém, localizado em Duque de Caxias (RJ), e começou com componentes vindos da Itália.
Assim como no velho continente, o sedã chegou ao Brasil como carro de luxo. Seu interior tinha estofamento em couro, banco dianteiro inteiriço (com ajuste de encosto independente para motorista e passageiro), luzes de conveniência, ventilação forçada, apoio de braço central no banco traseiro e muitos cromados. O painel trazia velocímetro horizontal, conta-giros e manômetro de óleo. O porta-malas, com capacidade de 450 litros, vinha equipado com jogo de ferramentas, calibrador de pneus e velas sobressalentes.
Confira a galeria das versões do FNM JK-2000!
Suas linhas ainda eram contemporâneas, com três volumes bem definidos, faróis circulares e para-lamas mais altos do que o capô. Essa peça tinha um sobressalto no meio que era uma continuação do símbolo da Alfa Romeo adaptado pela FNM. O desempenho não decepcionava. O motor de 1.975cm³ de cilindrada tinha duplo comando de válvulas no cabeçote e desenvolvia 115cv de potência e torque de 15,9kgfm. O câmbio era de cinco marchas, todas sincronizadas, e a alavanca ficava na coluna de direção. Com velocidade máxima de 155km/h, a única crítica feita ao veículo era o uso de freios a tambor.
TURISMO
Em 1964, com os militares no poder, a sigla JK deixou de ser usada e o carro passou a ser denominado FNM 2000. Apresentada no Salão do Automóvel de 1962, a versão esportiva TIMB (Turismo Internacional Modelo Brasil) só chegaria ao mercado em 1966. Para alcançar os novos 160cv, o propulsor recebeu modificações como dois carburadores de corpo duplo e taxa de compressão maior. Bancos dianteiros individuais e alavanca de câmbio no assoalho davam toque esportivo ao habitáculo.
2150
A Alfa Romeo italiana assumiu o controle da FNM em 1968. No ano seguinte, o motor foi novamente modificado. Agora com 2.132 cm³ de cilindrada, o nome do modelo passou a ser FNM 2150. Com um carburador de corpo duplo, o motor tinha 125cv de potência e torque de 18,3kgfm, que levavam o veículo a 165 km/h. O 2150 aposentou a versão TIMB, da qual herdou o capô liso e, na versão luxo, os bancos individuais e o câmbio do assoalho. Os freios agora tinham a assistência do servofreio de série e a opção de disco na dianteira.
FIM
Nos últimos anos de sua produção, o modelo ainda teve algumas alterações. Em 1970, o painel passou a vir com três mostradores circulares, o retrovisor fixado no teto e a direção mais leve. No ano seguinte, a dianteira ficou mais atual com uma grade maior e o para-choque inteiriço. Em 1973, o FNM 2150 deixou de ser produzido.
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