A velha senhora da indústria automotiva nacional, a Volkswagen Kombi, começou a ser fabricada em 2 de setembro de 1957. O monovolume é o terceiro veículo da série Antigos do Brasil, depois da Romi-Isetta e da Vemag DKW F-91 Universal. É antigo, mas quem quiser pode ir a uma concessionária Volkswagen e comprar uma nova com preço sugerido inicial de R$ 42,4 mil, na versão standart.
Exemplos não faltam da praticidade da Kombi, tanto que vendeu quase 1,3 milhão de unidades desde que começou a ser produzida na planta de São Bernardo do Campo, em São Paulo. De acordo com a VW, o perfil atual dos compradores é de consumidores das classes B e C, entre 30 e 45 anos, que não buscam apenas um veículo e sim iniciar ou ampliar um negócio.
Nesses quase 53 anos de Brasil, a Kombi cruzou as ruas e estradas do país e ajudou a construí-lo. Tente imaginar um dia sem Kombi. Provavelmente, sua correspondência não chegará; as frutas e legumes frescas não estarão nas prateleiras do mercado; muitas crianças não vão conseguir ir à escola; assim como outros passageiros que dependem da perua para o transporte.
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Encomendas e cargas que precisam ser transportadas em áreas restritas, como os centros urbanos, ficarão pelo caminho; torcidas modestas de times pequenos terão que se contentar em torcer pelas ondas do rádio e mesmo alguns times, mais modestos ainda, podem não chegar a tempo do apito inicial. Até os hippies podem perder a grande viagem da vida planejada em uma Kombi multicolorida.
Refrigerado a ar
A Kombi (ver linha do tempo abaixo) foi o último modelo brasileiro a abandonar o carburador, em 1997, quando passou por atualização mais pesada e recebeu a injeção eletrônica. Também foi o último modelo nacional, em 2006, a deixar de usar o motor traseiro refrigerado a ar, um ícone da indústria, que ganhou o mundo com o Fusca e se encaixou no corpanzil da Kombi, persistindo a passagens desastrosas, como o motor a diesel da década de 1980.
Aliás, os detratores da Kombi centram fogo nos corriqueiros incêndios, que ocorrem devido à falta de manutenção adequada e a proximidade entre o filtro de combustível e o distribuidor, que provoca as chamas. Entretanto, o defeito foi corrigido no modelo de 1997, mas, mesmo assim, ainda resta uma imensa frota de peruas fogosas rodando pelo país.
Histórico
1957
Lançamento, com 50% dos componentes originais e motor 1.2 refrigerado a ar.
1961
Passa a ter 95% de nacionalização e ganha uma versão com seis portas.
1967
Chega o modelo picape, além do motor 1.5 refrigerado a ar.
1975
Mudanças na carroceria e motor 1.6 refrigerado a ar.
1981
Versão picape cabine dupla com motor diesel.
1982
Motor 1.6 refrigerado a álcool para todas as versões.
1983
Modelo ganha um banho de loja, com bancos dianteiros anatômicos, apoio de cabeça para a versão standard; cintos de segurança de três pontos; rebaixamento da coluna de direção, novo desenho do volante, alavanca de freio de estacionamento na horizontal, sob o painel.
1985
Motor diesel da Kombi furgão e da picape cabine dupla saem de linha, assim como o modelo picape cabine dupla.
1992
Adota o catalisador, pneus radiais sem câmara e os bancos dianteiros passam a ter apoio de cabeça de série.
1997
Kombi é reestilizada e teto é elevado em 110mm. Fim da parede divisória entre bancos dianteiros e compartimento de bagagem. O estepe vai para o lado esquerdo do compartimento de bagagem, porta lateral é ampliada e passa a contar com trava de segurança. O logotipo VW cromado fica entre os faróis e o modelo passa a contar com a versão Carat, para sete passageiros. Todos os bancos têm apoio de cabeça individuais.
1998
Adota a injeção eletrônica de combustível multiponto.
1999
Versão Carat é extinta e são criadas as versões Escolar e Lotação.
2000
Passa a contar com imobilizador eletrônico e versão picape é extinta.
2006
Fim do motor refrigerado a ar. Passa a adotar o 1.4 total flex.
Leia a matéria sobre o aniversário de 60 anos da Kombi.
Leia também as duas primeiras reportagens da série Antigos Nacionais
DKW F-91 Universal.
Romi-Isetta.