A Chrysler assumiu o controle da Simca do Brasil em 1967. A essa altura, o Esplanada já tinha aposentado o belo modelo Chambord e o desempenho vexatório já era coisa do passado. O recém-adotado motor Emi-Sul (com câmaras de combustão hemisféricas), um V8 de 2.414cm³, fornecia potência de 140cv para o sedã. Lançado no Salão do Automóvel de 1966, o Esplanada não era um modelo propriamente novo, e sim o velho Chambord com a frente e a traseira completamente remodeladas.
O resultado foi satisfatório e as linhas de fato ficaram mais atuais. Os faróis circulares tinham formato hexagonal e a grade era formada por linhas retas horizontais. Na traseira, as lanternas ainda avançavam para trás, mas o apelo ?rabo de peixe? deu lugar a uma proposta mais sóbria. Apesar de usar o mesmo motor do Chambord, a fábrica anunciava que o Esplanada passou por testes severos e 53 aperfeiçoamentos mecânicos nos Estados Unidos. De certa forma, a linha Esplanada seguiu os mesmo passos que seu antecessor, com versões de luxo, esportiva e despojada.
VERSÕES O Esplanada de luxo podia vir com teto de vinil, além de bancos e volante revestidos em couro, vidros Ray-Ban, tapete de veludo, rádio e apliques de jacarandá no painel. Já a versão pelada do modelo foi batizada como Regente. Apesar de a perua Jangada ter sido a única sobrevivente da família Chambord, logo também deixou de ser fabricada. Dizem que foram feitos três protótipos de perua para o Esplanada, mas no fim o modelo não teve mesmo essa carroceria.
GTX Em 1968, o modelo passou por um face-lift, com destaque para os faróis (dois pares circulares na posição vertical) e a grade. A versão esportiva foi lançada no mesmo ano. Com faixas laterais e grade pretas, cores vivas, rodas esportivas e pneus radiais, a mortalha esportiva do Chrysler GTX chamava a atenção nas ruas. Por dentro, o GTX trazia volante esportivo, conta-giros, cinto de segurança (!) e bancos em couro, sendo os dianteiros individuais. Os opcionais eram tomadas de ar (com função apenas decorativa), teto de vinil e faróis auxiliares. O motor era o mesmo e a caixa de quatro marchas com a alavanca ficava no assoalho. A velocidade final era de 165km/h, o que não combinava com os freios a tambor que sempre acompanharam o modelo. Em 1969, a linha Esplanada deixou de ser fabricada para dar lugar ao Dodge Dart.
Leia as outras 15 matérias da série Antigos do Brasil
Simca Chambord - De Belo Antônio a Vigilante Rodoviário.
FNM JK-2000 - Sedã pioneiro no luxo.
Toyota Bandeirante - A saga do jipessauro.
Aero Willys - Requinte nacional.
Willys Rural - Rural urbana.
Renault Dauphine - As desventuras do Leite Glória.
VW Fusca - O queridinho do Brasil.
Ford F-100 - Para o trabalho e o lazer.
Chevrolet Brasil/Amazona - Linha diversificada.
DKW Candango - A vida curta de um batalhador.
Jeep Willys - Da batalha para o sertão.
DKW Belcar - Um sedã de belas formas.
VW Kombi - Heroína da resistência.
DKW F-91 - Simpática perua.
Romi-Isetta - Carro, moto ou geladeira?.