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Alunos de Engenharia enfrentam missão na terra e no ar em competição

Até amanhã, equipes do Cefet e UFMG participam de competição nacional de minibaja, em São Paulo, e internacional de aerodesign, nos Estados Unidos

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Atual campeã mundial da classe regular, Uai-Sô-Fly busca mais uma vitória no Texas


Fim de semana de expectativa entre estudantes de engenharia que representam o estado em duas das mais divulgadas competições do meio universitário e com ampla visibilidade no âmbito da indústria. Em Fort Worth, no Texas (EUA), a atual campeã nacional e mundial, Uai-Sô-Fly, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e a Cefast, do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), representam o Brasil na SAE AeroDesign East Competition, pela classe regular de aeromodelos.

Ao mesmo tempo, levantam poeira na pista fora de estrada do Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo de Piracicaba (SP) as equipes Baja UFMG, atual campeã regional, e Cefast (de baja do Cefet), que disputam junto com mais sete grupos de Minas, num total de 81 inscritos em todo o Brasil, a 19ª Competição Baja SAE Brasil-Petrobras. Ambas são organizadas pela Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE) e têm o objetivo de estimular a criatividade e o desempenho dos estudantes, especialmente no trabalho em grupo, que fazem desde o projeto à fabricação do veículo (aeromodelo ou gaiola fora de estrada) para a disputa.

“Fizemos um avião totalmente novo e completamente diferente do que competiu no Brasil, até porque as regras são diferentes. Mas a dificuldade maior é uma coisa que ninguém pensa, que é levar o avião. Somos obrigados a dividir a asa, o que não é bom, pois a madeira perde um pouco das propriedades e temos que compensar de outras formas, e acaba aumentando o peso”, afirma o capitão da Uai-Sô-Fly, Fred Moulin. Para repetir o feito do ano passado, a equipe de Fred aposta em detalhes como um eixo no trem de pouso, que diminui o atrito da roda com o próprio eixo, auxiliando no aumento da velocidade. “O nível da competição é tão alto que não basta, por exemplo, mudar o material. É preciso inovar, tem que pensar em algo que ainda não foi feito”, completa. Uma das principais diferenças em relação à competição nacional, inclusive, está nos materiais empregados, já que o regulamento da etapa internacional não permite que se usem compósitos como fibra de carbono ou kevlar. “São pontos que fazem a gente pesquisar”, completa o capitão da Cefast, Pedro Viana.

Cefast aprimorou suspensão, transmissão e freios para compensar falhas de 2012



A mudança de regulamento entre as etapas é comum e acaba estimulando o desenvolvimento de novas habilidades. Para o evento nacional de minibaja a grande novidade foi a liberação de rotação do motor, testada no regional Sudeste do ano passado. “Nosso motor agora vai a até 4,2 mil rpm, quando no limite. Na hora da competição não deve chegar a esse patamar, mas já houve um ganho significativo, principalmente na retomada”, garante o capitão da Baja UFMG, Alfredo Rodrigues.

Alfredo e integrantes do Baja UFMG mantém tradição de pintar cabelos de vermelho

Campeã no último regional, a equipe quer evitar falhas que a tiraram do pódio nacional em 2012. “Um dos aprimoramentos está na caixa de engrenagem, que antes era acoplada por corrente. Até o enduro estávamos bem classificados e poderíamos ter sido a terceira melhor instituição, mas uma falha da corrente nos atrapalhou”, continua. Melhorar para evitar os erros do ano passado foi também uma das metas da Cefast. “Aprimoramos suspensão, transmissão e sistema de freios. No regional, tivemos quebra na suspensão, então reforçamos para reduzir ao máximo as possibilidades de problemas”, afirma a capitã Denielle Gomes. As duas equipes também investem no aperfeiçoamento do sistema de telemetria.

Além de Cefet e UFMG, estão inscritas no minibaja equipes das seguintes universidades mineiras: federais de São João del-Rei (dois grupos), de Viçosa, de Itajubá, dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Triângulo Mineiro, além do Centro Universitário Una.