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Zero Dual Sport Eletric - Ela não ronca

Na busca por alternativas energéticas, empresa americana apresenta modelo de uso misto, movido por propulsor elétrico, com nível zero de emissões de poluentes e ruídos

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A empresa americana Zero Motorcycles, sediada na cidade de Santa Cruz, Califórnia, é especializada na construção de motocicletas com motorização elétrica, que faz toda a diferença por sua ousadia e pioneirismo. Inicialmente, projetou e fabricou um modelo inédito, do tipo motocross, para depois lançar a primeira supermotard elétrica do mundo. No fim de julho, a empresa apresentou para os mercados americano e europeu outro e maior atrevimento. O modelo Zero DS, ou Dual Sport, de utilização mista, capaz de rodar tanto no asfalto quanto na terra e que, por isso mesmo, necessita de maior autonomia.

O modelo do tipo motocross, por rodar em um circuito fechado, não requer tanta autonomia, exatamente o calcanhar de aquiles das motos elétricas. Essa linha de motos também está sendo desenvolvida pela KTM, Gas Gas e a gigante Honda, que deve lançar um modelo já em 2010. É que, além do forte apelo ecológico, cada vez mais exigido, com nível zero de emissões, também não emite ruídos. Outra vantagem é a resposta imediata do motor elétrico, com potência e torque máximos sempre disponíveis, em qualquer regime ou velocidade, o que pode representar melhor desempenho, se comparado ao propulsor tradicional.

Facilidade

Na condução, o piloto pode se preocupar apenas em acelerar e frear, sem a necessidade de embreagem ou caixa de marchas, aumentando a concentração. Talvez por isso mesmo, exista uma fila de espera para comprar o modelo, mesmo com o salgado preço (lá) de US$ 7.500. Para incentivar e divulgar seu uso, são disputadas provas e campeonatos exclusivos e sua performance é semelhante a de um modelo 250cm³ com motor convencional. A Zero S ou supermotard, com baterias de íon lítio de última geração, tem autonomia de cerca de 100 quilômetros, medida com o motor em velocidade máxima, que chega a 97km/h.

O motor elétrico e as baterias ficam dentro da carenagem

A nova Zero DS tem desempenho semelhante. Projetada por Neal Saiki, engenheiro aeroespacial, que já colaborou com a Nasa, a Zero DS também leva a vantagem de não ter tanque, embreagem, caixa de marchas, radiadores e escape. O silêncio, porém, pode ser uma heresia para quem gosta do ronco dos motores. Outra desvantagem ainda é a baixa autonomia das baterias, seu peso e o tempo de recarga, que pode chegar a quatro horas em tomadas de 110 ou 220 volts. Para ser ainda mais ecologicamente correta, também usa materiais reciclados na sua fabricação, como a carenagem, de gosto duvidoso, que cobre o motor, além de outras partes plásticas.

Técnica

O prosulsor elétrico tem potência de 4kw, que equivale a cerca de 30,5cv, comparado a uma ¼ de litro. A grande vantagem, porém, está no torque, que chega a espetaculares 8,6kgfm. Extremamente favorável para motos do tipo fora de estrada. Outro índice positivo é o baixo custo do combustível por quilometro rodado, se confrontado com o preço da gasolina, usada nos motores a combustão tradicionais. O quadro é do tipo perimetral, com dupla viga, construído em alumínio aeronáutico, assim como a balança da suspensão traseira.

A suspensão dianteira é invertida, com 254mm de curso, enquanto a traseira é do tipo mono, com 229mm de curso. Ambas amplamente reguláveis. O painel não tem o contagiros (útil nos motores convencionais), mas conta com velocímetro, hodômetro, nível de carga das baterias e também marcador de temperatura do motor. Farol e farolete são convencionais. Não existe também pedal de partida ou botão de arranque. Basta virar a chave para o motor funcionar, sem qualquer ruído. Os freios são a disco nas duas rodas e o peso é de 122,5kg. A nova Zero DS será comercializada nos Estados Unidos por US$ 9.950.