A Yamaha apresentou a versão 2007 da superesportiva YZF R-1, totalmente modernizada. É a quinta geração deste modelo, que só vai chegar ao mercado no início do próximo ano, mas já deixou o segmento de cabelo em pé e uma pergunta sem resposta. Qual será o limite de potência dos motores dessas motos? A Yamaha produziu, com ajuda da eletrônica e muita tecnologia, um novo quatro cilindros em linha, com 998 cm³ de cilindrada, injeção eletrônica e potência declarada de 180 cv a 12.500 rpm, que sobe para 189 cv, com ajuda da pressurização do ar em altas velocidades.
Entretanto, toda essa cavalaria promete comportamento suave e dócil em baixas velocidades, permitindo a pilotagem de simples mortais e performance alucinante de pista, quando necessário, graças a um novo mecanismo. A mágica foi batizada de YCCI, Yamaha Chip Controlled Intake, ou controle de admissão de ar variável. É um sistema conectado ao acelerador e controlado eletronicamente por meio de vários sensores e de três microprocessadores que regulam a altura das cornetas de admissão entre 65mm e 140mm.
O efeito prático é uma melhor alimentação do motor, que fica sempre alerta e pronto para atender as exigências do piloto em qualquer regime de rotação. Esse sistema, derivado das pistas e do modelo M1, pilotado por Valentino Rossi no Mundial de Moto GP, acabou por também quebrar uma tradição de 20 anos entre as superesportivas da marca. O complexo cabeçote de cinco válvulas por cilindro (conceito Gênesis) foi substituído por outro tradicional, de quatro válvulas por cilindro.
Com motor novo e mais potente, os freios também tiveram que ser aperfeiçoados. Na dianteira, a nova R-1 agora tem dois discos de 310 mm de diâmetro, mordidos por pinças radiais, dotadas de seis pistãos cada. Um sistema capaz de parar um caminhão trucado e pela primeira vez empregado em uma moto de série. Na traseira, um disco simples de 220 mm. Outro sistema introduzido na R-1 2007, para ficar compatível com o novo motor, foi a embreagem antitravamento, que permite reduções de marcha em ritmo de competição.
Esqueleto
A maior potência do propulsor e a maior capacidade de frenagem exigiram um novo quadro, construído em alumínio, com vigas laterais (Deltabox) e novos pontos de fixação, que elevaram a rigidez em 30%. Os novos sistemas e tecnologias, porém, “cobraram” um preço. A nova YZF R-1 ficou 5kg mais pesada, saltando para 177 kg a seco. Ainda assim, a relação peso/potência ficou acima de 1 cv para cada quilo e o torque atinge 11,5 Kgfm a 10.000 rpm.
Com DNA de pista, o novo painel tem o conta-giros analógico em destaque e a luz (shift light), que acende na hora de trocar cada uma das seis marchas, e as demais informações em tela digital. Na aerodinâmica, a frente ficou mais bicuda, com as tomadas de ar laterais e dois grupos de faróis afilados. Os pneus 120/70 na dianteira e 190/50 na traseira calçam rodas de 17 polegadas. As ponteiras dos escapes continuam altas, mas estão mais finas e o tanque de combustível comporta 18 litros. A suspensão dianteira é invertida, com 43mm de diâmetro e 120mm de curso, e a traseira mono, com 120mm de curso, ambas reguláveis. A Yamaha importa oficialmente a R-1, mas ainda não definiu preço e data de chegada para o novo modelo.