A Yamaha assombrou o mundo com a apresentação da YZ 450 F, destinada ao motocross. Lançada em setembro, para ser comercializada a partir deste mês, tem uma arquitetura de motor ao contrário. Diferentemente dos modelos convencionais, o propulsor está inclinado para trás, visando a centralizar as massas e permitir maior maneabilidade ao piloto, com a admissão na parte dianteira e o escape na traseira. Uma inversão que, pela lógica, seria a mais natural, mas até então não havia sido usada. Com a nova disposição do motor de um cilindro, o quadro também foi redesenhado e o filtro de ar deslocado para a dianteira.
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Uma solução aparentemente tão simples quanto engenhosa, que vai funcionar como uma espécie de divisor de águas. A nova YZ 450 F, modelo 2010, também adota a injeção eletrônica de combustível, com tecnologia que dispensa o uso de bateria, além de um novo cabeçote, com quatro válvulas de titânio, em vez das anteriores cinco, para possibilitar maior força em baixos regimes de rotação. A nova disposição do motor, girada em 180 graus, eliminou as curvas do escapamento, que saíam pela dianteira e ficavam mais vulneráveis. O escape agora tem saída direta, pela traseira, e fica muito mais protegido. Em compensação, não recebe ventilação, esquentando muito mais.
Revolução
Por uma questão técnica, o escape faz um giro no lugar anteriormente ocupado pelo filtro de ar, para proporcionar maior força em baixas e médias rotações. A nova arquitetura do motor também deixou o visual da YZ 450 F mais limpo e fluido. Todos os plásticos foram redesenhados e o para-lamas dianteiro ficou mais bicudo. As aletas laterais ao radiador agora conduzem o ar diretamente para a caixa do filtro, que pode receber um fluxo mais direto. O tanque de combustível, com capacidade para seis litros, fica sob o banco, para também centralizar e rebaixar as massas, e conta com bomba interna.
Uma revolução geral, que forçou o projeto de um quadro inteiramente novo, construído em alumínio, com vigas laterais, diferentemente do anterior, com viga central. Com isso, a rigidez aumentou, mas o peso também subiu em 3kg, passando para 111,9kg a seco. Mesmo assim, a montadora garante que o novo pacote permite ao piloto atacar as curvas com mais agressividade, tornando o modelo muito mais ágil e fácil de manusear, fruto da centralização das massas. Por outro lado, para ganhar mais tração nas acelerações e retomadas, a balança da suspensão traseira, também construída em alumínio, ficou mais longa.
Eletrônica
Junto com a injeção eletrônica, cuja admissão fica na dianteira do motor, a nova YZ 450 F ganhou um sistema opcional de regulagem, desenvolvido pela Yamaha Technology Racing. Trata-se de uma espécie de palm top, que plugado na motocicleta pode, sem necessidade de bateria, alterar o mapeamento do motor, conforme as características de cada pista, e também das interferências do clima, como umidade do ar e pressão atmosférica. Tudo sem a necessidade da tradicional caixa de ferramentas, sem graxa ou óleo. Essa tarefa fica somente para as suspensões, que também foram revistas.
A suspensão dianteira é invertida, com tubos de 48mm de diâmetro e curso de nada menos que 310mm. A suspensão traseira é do tipo mono, com 312mm. Ambas da marca Kayaba. Os freios são a disco. Na dianteira, um disco de 250mm de diâmetro, e na traseira, outro com 245mm. Ambos com o desenho tipo margarida. O lançamento da nova YZ 450 F, com motor invertido de 449,7cm³, cujos números de potência e torque foram omitidos, permite projetar que os modelos de enduro WR, derivados das YZ, também vão ganhar o pacote do avesso em futuro próximo. A Yamaha vai importar o modelo, mas ainda não definiu datas e preços.