O nome Ténéré, região desértica do Norte da África, palco de inúmeras edições do desafiante Rali Paris-Dakar, batizou uma linha de modelos da japonesa Yamaha com características aventureiras. A fama foi criada com o lançamento da XT 500, apresentada no Salão de Tóquio de 1975, considerada a primeira big trail da história e vencedora das duas primeiras edições do Rali Paris-Dakar, em 1979 e 1980, com o francês Cyril Neveu. A dobradinha Ténéré e Yamaha estava definitivamente formada, culminando com o lançamento da inédita Super Ténéré 1200, em 2010, equipada com motor de dois cilindros em linha e muita eletrônica embarcada.
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A nova motocicleta, projetada do zero e importada oficialmente para o Brasil, reúne características para longas viagens, sem escolher o tipo de piso, e tem a responsabilidade de honrar o espírito aventureiro sugerido pelo badalado nome. Entretanto, a sua porção touring, mais voltada para o asfalto, com pneus semiesportivos e aro dianteiro de 19 polegadas, seguia na direção contrária, para uso longe da poeira, na mordomia das estradas com pavimento perfeito. Para ajustar de vez o peso do nome ao modelo, a Yamaha desenvolveu a Worldcrosser (algo como cruzador do mundo, acrescentando ainda mais responsabilidade), equipada com as ferramentas para ignorar as dificuldades e enfrentar qualquer terreno, com ou sem asfalto.
TERRA O primeiro protótipo foi mostrado no fim de 2010, como conceito, no Salão de Colônia, na Alemanha. A receptividade foi tão positiva que a montadora acelerou seu desenvolvimento, apresentando a versão definitiva em novembro de 2011, no Salão de Paris. Porém, o modelo começa a ser comercializado em abril, inicialmente na Europa, com versão mais apimentada, embora mais comportada do que o primeiro conceito apresentado. Com a pressão da viabilidade comercial, perdeu itens e componentes de ponta, como suspensões Ohlins, tanque suplementar e escape especial Akrapovic de série, para compartilhar componentes com o modelo original, inclusive o para-brisa regulável e o banco ajustável em duas alturas. 845mm e 870mm.
O novo modelo Super Ténéré Worldcrosser chega com o mesmo conjunto mecânico da Super Ténéré de série, mas pneus com cravos, do tipo cross, Metzeler Karoo, protetor de cárter, conhecido como peito de aço, só que feito em alumínio, protetores de punho, protetor do freio traseiro e da transmissão em alumínio, além de peças e partes da carenagem em fibra de carbono. Esse mesmo kit será disponibilizado nas concessionárias para quem quiser transformar o modelo original. Algo que as montadoras de automóveis fazem para transformar alguns pacatos modelos em legítimos aventureiros de fim de semana, com uma maquiagem estética e pequenas mudanças mecânicas.
CONJUNTO No caso da Worldcrosser a situação é bem diferente, pois o modelo já nasceu com espírito aventureiro, reforçado com os novos equipamentos adicionados. Entre os novos itens oferecidos, também podem ser incorporados o escape especial Akrapovic, mais leve, com partes em fibra de carbono, e que proporciona melhor desempenho, além de faróis auxiliares. A decoração também ganhou detalhes exclusivos e faixas de proteção no tanque. O motor é um dois cilindros paralelos, com 1.199cm³, que entrega 110cv a 7.250rpm e torque de 11,6Kgfm a 6.000rpm, equipado com refrigeração líquida, com radiador montado na lateral para diminuir a largura, quatro válvulas e duas velas por cilindro.
O motor, inclinado em 26 graus, tem ainda dois tipos de mapeamento: o Sport, com toda potência liberada, e o Touring, com entrega de potência mais suave e progressiva. Tem também dois níveis de controle de tração: TC1 e TC2, para pisos mais escorregadios. O acelerador é do tipo ride by wire, com sensores que interpretam a rotação da manopla e a injeção eletrônica. A suspensão dianteira é invertida, com tubos de 43mm de diâmetro e 190mm de curso. A traseira, do tipo mono, também tem 190mm de curso. O freio dianteiro tem duplo disco wave, com 310mm de diâmetro, e o traseiro disco único de 282mm, equipados com sistema ABS. A transmissão final é por cardã e o quadro em aço. O painel tem acoplamento para GPS e tomada de força para celular e outros equipamentos. A Yamaha do Brasil ainda não confirmou a importação do modelo, nem o preço.