De Manaus - O modelo maxitrail Yamaha XT 1200 Super Ténéré carimbou oficialmente o passaporte para o Brasil e desembarca nas revendas da marca, importada via Manaus, para aumentar a família Ténéré, que já inclui a nacional 250 e a futura 660, que ainda passa por ajustes. Lançada mundialmente em 2010, a aventureira maxitrail chega para concorrer em um segmento no qual o exigente consumidor roda longas distâncias, ligando o ponto A ao ponto B de um mapa-múndi, por exemplo, sem escolher o tipo de estrada ou pavimentação, ou até a falta dela. Para isso, o modelo precisa de um pacote tecnológico e técnico que possibilite a empreitada com conforto e confiabilidade.
Projetada do zero, a nova Yamaha tratou de cumprir essas exigências e chega ao mercado nacional equipada com controle de tração; motor de dois cilindros paralelos e 1.199cm³ de cilindrada, inclinados em 26 graus para a frente, que fornece 110cv de potência (a 7.250rpm) e 11,6kgfm de torque (a 6.000rpm); mapeamento de motor; freios ABS; tomada de 12V para conexão de GPS, celular ou computador; faróis duplos; protetores de mão; e para-brisa. A lista de acessórios é extensa, e inclui malas laterais e central, para bagagem em alumínio, com bolsas internas; bolsa de tanque; defletor de ar; aquecedor de manopla, faróis auxiliares; entre outros.
O próprio nome aumenta a responsabilidade do modelo. Depois de criar o conceito das big trailes, apresentando ao mundo no Salão de Tóquio de 1975 a XT 500, vencedora das duas primeiras edições do rali Paris-Dacar (em 1979 e 1980, com o francês Cyril Neveu), a Yamaha passou a utilizar a denominação Ténéré (temido deserto no Norte da África e rota do Paris-Dacar) a partir de 1983 e Super Ténéré, a partir de 1988, quando foi mostrada no Salão de Paris. A moto volta agora, vitaminada para 1200cm³, com preço sugerido (sem frete e óleo) de R$ 59.800. Para facilitar a pilotagem, já que o peso a seco é de obesos 244 quilos (subindo para 261 quilos quando abastecida e pronta para rodar), o projeto procurou centralizar e rebaixar as massas.
O novo modelo tem banco regulável em altura, entre 870mm e 845mm. No quesito eletrônica, a Super Ténéré 1200 é equipada com o Yamaha Chip Controlled Throtle (YCC-T), chips de controle de aceleração, que inclui o controle de tração (que pode ser desligado) em duas possibilidades: TC1, mais atuante; ou TC2, mais suave. Existe também a possibilidade de ajuste no mapeamento do motor, que tem injeção eletrônica, refrigeração líquida (com radiador lateral), quatro válvulas e duas velas por cilindro. O modo S (Sport) aproveita toda a potência do motor e o modo T (Touring) deixa o motor mais progressivo.
Além de facilitar a pilotagem, conforme cada tipo de piso e condições de aderência, o aparato eletrônico ajuda na transferência de potência para o chão, já que o motor tem ângulo de virabrequim de 270 graus, em vez dos tradicionais 360 graus, proporcionando uma “pegada” (torque) mais vigorosa. A eletrônica também está presente no acelerador ride by wire, comandado por sensores; e nos freios, que estão equipados com sistema ABS (antitravamento), que a Yamaha chama de linear. Ao acionar o freio dianteiro, o traseiro também é acionado automaticamente, sendo que o conjunto de trás pode ser acionado independentemente.
Os freios dianteiros têm duplos discos, com 310mm de diâmetro e desenho wave. O do freio traseiro é simples e tem 282mm de diâmetro, também wave. A suspensão dianteira é do tipo invertida e regulável, com tubos de 43mm de diâmetro e 190mm de curso. A suspensão traseira é mono, também com 190mm de curso e facilmente ajustável, de forma manual. Para completar, a transmissão final é por eixo cardã. O painel tem conta-giros analógico e tela digital, com três hodômetros, velocímetro e controle das funções eletrônicas ativadas. O visual é encorpado, com faróis duplos na dianteira e LEDs na traseira. A cor comercializada no Brasil será a azul, com tonalidade tradicional da Yamaha.
O jornalista viajou a convite da Yamaha.