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Yamaha XJ6 - Colcha de retalhos

Novo modelo é do tipo naked, com motor de quatro cilindros em linha e componentes herdados de irmãs e primas, mas se destaca por ter personalidade e estilo próprios

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No visual, um enorme farol dianteiro, com formato em V

A Yamaha lançou mundialmente em novembro, já como linha 2009, o modelo XJ6, uma moto classificada como naked, ou pelada, com mecânica derivada da irmã XJ6 Diversion. A diferença entre as duas é que a Diversion está vestida com uma semicarenagem, enquanto a caçula chega sem roupa. Entretanto, a falta de vestimenta não comprometeu a criatividade dos estilistas da montadora, que elaboraram um modelo com personalidade própria, servindo como opção mais econômica para os consumidores do segmento.

Trata-se de um modelo que pretende ser versátil e seduzir a freguesia que roda no dia-a-dia nas cidades e eventualmente pega estrada nos fins de semana, sem ter que desembolsar grandes somas. Porém, a Yamaha usou a conhecida e pouco criativa fórmula das montadoras de aproveitar ao máximo componentes intercambiáveis entre modelos, reduzindo custos de desenvolvimento e fabricação, além de maximizar lucros. A nova XJ6 e sua irmã Diversion são uma espécie de colcha de retalhos de outros modelos.

Desenvolvimento
O motor já estava pronto e mais do que testado e foi aproveitado da FZ6, que é importada oficialmente para o Brasil, e que por sua vez tem origem nos propulsores que equipam as superesportivas R-6. Tem a clássica arquitetura de quatro cilindros em linha, com refrigeração líquida e injeção eletrônica, que permite fácil remanejamento e calibragem, para satisfazer as diversas solicitações, conforme o modelo e o segmento a ser atendido.

As rodas são em liga leve e o peso a seco, de 205 kg


O motor que equipa a XJ6 recebeu nova regulagem, com ligeiras modificações no cabeçote, para se adequar à proposta naked. Fornece 78 cv a 10.000 rpm e torque de 6,1 kgfm a 8.500 rpm. Números que denunciam sua origem esportiva, apesar dos esforços de domesticação do propulsor, para servir a qualquer pacato cidadão. Com outra perspectiva, porém, pode proporcionar bastante divertimento em estradas, como, aliás, sugere o nome de sua irmã vestida, Diversion, ou diversão em inglês.

Técnica
A nova média cilindrada pelada da Yamaha tem quadro do tipo diamante e curioso escape com saída única, embutido em uma espécie de limpa trilhos, que vai por baixo da moto e também esconde o abafador e o catalisador. O banco fica a 785 mm do solo, em uma altura que permite controle para os mais baixos. Já o entreeixos, com 1.440 mm, proporciona agilidade no trânsito e em curvas mais fechadas. O tanque, com saliência para encaixe das pernas, comporta 17,3 litros.

A suspensão dianteira é telescópica, com tubos de 41 mm e 130 mm de curso. A suspensão traseira é mono, igualmente com 130 mm de curso. O freio dianteiro tem dois discos de 298 mm e o traseiro, um, de 245 mm, além da opção do sistema ABS. O câmbio de seis marchas também foi adaptado e o peso a seco é de 205 kg. No visual, destaque para o grande farol dianteiro, em formato de V, as aletas laterais junto ao tanque e o suporte de placa e setas traseiras dependuradas em uma haste.