A nova Yamaha MT-09, com motor de três cilindros em linha e estilo naked, vai chegar ao mercado em setembro, já como modelo 2014. Inicialmente, no Velho Continente, porém, vai ser o ponto de partida para uma nova família de modelos equipada com o propulsor de três cilindros em linha, que também será comercializada nos demais mercados. A marca de Iwata apresentou, no fim do ano passado, o protótipo desse motor, que agora vira realidade com a naked MT-09. Um modelo compacto e leve, com pretensão de oferecer uma pilotagem urbana mais divertida, capaz de até aceitar atrevimentos sem reclamar.
Uma filosofia, que a montadora classificou de “o lado escuro do Japão”, para fugir do estigma de muito certinho. Para tanto, as armas da nova MT-09 estão exatamente no comportamento dinâmico, que promete agilidade, potência e prazer de pilotar. A maior responsabilidade nessa equação está no propulsor, que foi buscar a mesma fórmula adotada em sua badalada superesportiva, YZF-R1. Um ousado arranjo de movimentação dos pistãos, batizado de Crossplane. Com isso, a moto ganha força o tempo todo, mas paga um preço para isso. O som do escape, para muitos uma música, vira heresia, desafinado e sem ritmo.
CORAÇÃO
A engenharia da montadora optou por sacrificar uma parte subjetiva, para investir em outra concreta. O motor tem 847cm³ de cilindrada, injeção eletrônica de combustível, quatro válvulas por cilindro e refrigeração líquida, que desenvolve 115cv a 10.000rpm e torque de 8,9kgfm a 8.500rpm. O acelerador é eletrônico e o motor conta com três possibilidades de mapeamento: modo Standard (normal); o A, em que toda a potência e torque estão disponíveis para uma condução esportiva, e o modo B, quando a entrega de potência e torque são mais suaves para situações com o piso escorregadio, ou chuva, por exemplo.
Para abafar o som do motor, o escape do tipo três em um tem saída curta e baixa, dentro do conceito de concentrar e rebaixar ao máximo as massas. O motor mais compacto é também mais leve. Seu peso total é de 60 quilos. Cerca de 10 quilos a menos que um equivalente de quatro cilindros em linha. O quadro também é totalmente novo, confeccionado em alumínio, aproveita o motor como parte integrante para aumentar a rigidez e reduzir o peso. Com isso, também cerca de 10 quilos. Assim, o novo modelo não abusa na balança. O peso a seco é de apenas 171 quilos. Equipada com o opcional ABS, sobe para 174 quilos.
DIVERSÃO
Para garantir a alardeada diversão na pilotagem, traduzida em agilidade e potência, o quadro e o motor são importantes, mas os outros sistemas integrados também. Assim, a suspensão traseira é do tipo mono, com balança de alumínio e formato arqueado (popularmente conhecido como banana), desenvolvido em competições. O amortecedor único, com 130 milímetros de curso e possibilidade de ajustes, fica em posição quase horizontal e escondido. Já a suspensão dianteira é do tipo invertida, com tubos de 31 milímetros de diâmetro e 137 milímetros de curso, além de também possibilitar ajustes.
O sistema de freios acompanha a proposta do novo modelo. Na dianteira, dois discos de 298 milímetros de diâmetro, com pinças de duplo pistão. Na traseira um único disco, com 245 milímetros de diâmetro. O ABS também pode ser incorporado opcionalmente. Para garantir as mudanças de direção mais facilmente, as rodas em liga leve com 10 raios têm aros de 17 polegadas, como nas superesportivas. Para abraçar todos os sistemas, o visual é agressivo. O farol assimétrico fica destacado, assim como o painel inteiramente digital. Na traseira bem afilada, lanterna com LED e suporte de placa dependurado. O tanque, com aletas laterais integradas, comporta 14 litros.