O mercado nacional de motocicletas vai ganhando recheio. Até pouco tempo atrás, a indústria das duas rodas produzia em larga escala motos de baixa cilindrada (ainda a base do consumo) e, na outra ponta, modelos luxuosos e de alta cilindrada. As motos intermediárias, ou o recheio do segmento, eram escassas e foram reduzidas mais ainda, com a retirada de alguns modelos. A Yamaha quer mudar essa situação e lançou no 9º Salão das Duas Rodas, em São Paulo, o modelo MT-03, com motor de 660 cm³ de cilindrada.
A história começou em 1999, quando a montadora apresentou no Salão de Tóquio a moto-conceito MT-01. Um exótico modelo, que acabou dando forma a uma família. Primeiro veio a MT-03, mostrada em 2003, no Salão de Milão, ainda como protótipo, e, em 2004, a irmã maior, MT-01, com motor de dois cilindros em V e 1.700 cm³, apresentada no Salão de Munique. Classificada como uma sport roadster, a MT-03 vai chegar nas concessionárias brasileiras em fevereiro de 2008.
Logística
Um dos facilitadores do lançamento da MT-03 é que o modelo usa o mesmo motor da on-off road XT 660R. A logística de produção, manutenção e distribuição de peças já está montada, agilizando o processo. O motor tem um cilindro, com 659 cm³, refrigeração líquida e injeção eletrônica, que fornece 48 cv a 6.250 rpm e torque de 5,73 kgfm a 5.500 rpm. Um pacote que pretende oferecer também muita diversão ao piloto, dentro do espírito fun bike, ou moto divertida.
Desenhada por Hiroo Saito, a MT-03 é bastante compacta, para potencializar a agilidade, e inclui também temperos do estilo motard. A mistura de estilos é proposital, para conferir mais versatilidade ao modelo. O projeto foi baseado na filosofia do Kodo, gigantescos tambores japoneses que retumbam o som. Exatamente como os dois enormes escapes, como dois megafones, de saída alta (igualmente adotados na irmã maior MT-01), que compõem o visual, com um grande farol assimétrico na dianteira.
Solução
Para compactar as dimensões (1.420 mm de distância entre-eixos), foram adotadas soluções técnicas interessantes. Uma delas foi deslocar o monoamortecedor traseiro (Sachs com 120 mm de curso) para a lateral direita, por absoluta falta de espaço em seu lugar convencional. Em posição horizontal, destacado e com a mola pintada com cores vivas, o amortecedor também contribui no visual fashion e exótico do modelo. A suspensão dianteira leva a assinatura da Paioli e tem 130 mm de curso.
Para aumentar a esportividade, as rodas de liga leve têm aros de 17 polegadas, calçadas com pneus esportivos de 160/70, na dianteira, e 160/60, na traseira. A distribuição de peso está equilibrada, com 52% na frente e 48% atrás. Os freios (herdados da Fazer FZ6) dianteiros têm duplo disco de 298 mm e o traseiro, disco simples de 245 mm. O tanque para 15 litros é de nylon. O painel tem tela digital e contagiros analógico. O peso a seco é de 174,5 quilos. O preço ainda não foi definido, mas não poderá ser muito diferente da XT 660R e deve ficar em torno dos R$ 27 mil.