Curiosamente, a Vespa nasceu das mãos de um projetista que não gostava de motos. Trata-se de um dos veículos de maior sucesso na história mundial, com mais de 17 milhões de unidades vendidas em 114 países, inclusive o Brasil, 63 anos ininterruptos de estrada e cerca de 145 modelos e versões diferentes. Veio ao mundo por pura necessidade, já que no pós-guerra italiano, em 1946, faltava, entre outras coisas, transporte público, além de combustível.
O engenheiro aeronáutico Corradino D'ascanio norteou seu projeto em um veículo compacto, simples, robusto e econômico. Deveria também ser fácil de produzir, além de barato comercialmente, para competir em uma economia destroçada depois da 2ª Guerra Mundial. A solução veio de seus conhecimentos de aviação. Projetou a Vespa baseando-se nas minimotos que eram lançadas dos aviões, para facilitar o deslocamento dos soldados. Sem querer, inventou a avó dos scooters atuais.
Sucesso
Rodas pequenas e motor montado diretamente no cubo traseiro abriam espaço para as pernas, facilitando o embarque e desembarque, inclusive para mulheres, que podiam pilotar de saias. Além disso, o quadro, em vez de tubos e armações, foi projetado para ser em chapas estampadas, economizando mais uma vez espaço, além de acelerar e reduzir o custo de produção. Essa mesma fórmula ainda baliza os scooters atuais - inclusive a Vespa GTV 250, que adota propositalmente o mesmo visual da antepassada, de 1946.
Em 2006, a Vespa, que entre outras peripécias já estrelou filmes e fez parte da história de muita gente, comemorou seus 60 anos. Para brindar a data, a Piaggio, dona da marca, produziu uma série especial, com edição limitada, batizada de Vespa GT 60. O sucesso foi tão grande que passou a ser produzido em série, sendo vendido também no Brasil. A nova Vespa GTV 250 tem desenho e cores semelhantes aos do modelo pioneiro, mas tecnologia de ponta e atual.
Tecnologia
O farol é montado no para-lamas dianteiro, em vez do guidão, mas o motor, que era de apenas 98cm³, do tipo dois tempos, com 3,2 cv, passou para um quatro tempos, batizado de Quásar, dotado de injeção eletrônica de combustível e refrigeração líquida, que desenvolve 22 cv. A partida é elétrica e o câmbio automático do tipo CVT. Tem quadro autoportante, sem vigas.
As rodas, com aro 12 polegadas, são calçadas com pneus sem câmara. Os freios são a disco, com 220 mm de diâmetro. A suspensão dianteira tem o sistema de amortecimento ancorado só de um lado, a traseira é convencional. O painel é completo, mas mantém desenho antigo e o fundo branco. Para reforçar e compor mais fielmente o visual da época, os detalhes não foram esquecidos Os bancos são bipartidos, individuais (o do piloto lembra o selim original) e com acabamento em tom diferenciado. A Vespa GTV 250 custa R$ 24.800 (sem frete) e é importada oficialmente pelo representante da marca no Brasil. Informações: www.pvga.com.br.
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